Tombo em Minas deve ser maior do que o nacional

Bruno Moreno - Hoje em Dia
04/03/2016 às 08:07.
Atualizado em 16/11/2021 às 01:40
 ( Marcos Campos/New Holland/Divulgação)

( Marcos Campos/New Holland/Divulgação)

A Fundação João Pinheiro (FJP) divulga na próxima segunda-feira o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) de Minas Gerais em 2015, e a expectativa é de um resultado pior do que o brasileiro. De acordo com projeções da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), o PIB mineiro encolheu 4,1% no ano passado.

O economista da Fiemg Sérgio Guerra não vê perspectiva de melhora neste primeiro semestre. “Minas tem indústrias importantes que tiveram grande contração em 2015, como o setor automotivo e de máquinas equipamentos. Acredito que não haverá muita diferença em relação ao que ocorreu no Brasil como um todo. É possível que a agricultura não tenha números bons. A indústria com certeza terá uma contribuição negativa”, avalia.

No Brasil, em 2015, o único setor que não apresentou queda foi justamente o agronegócio (1,8%). No entanto, a projeção para Minas Gerias é de desaceleração no campo. O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Roberto Simões, avalia que os números do setor serão menos favoráveis.

“Em 2013, crescemos 10,6%. Em 2014, 7,6% e, em 2015, devemos fechar com apenas 0,6%. Estamos sendo afetados pela crise. Não há definições e os pontos problemáticos não são atacados”, afirma Simões.

Serviços

Para 2016, o economista da Federação das Insdústrias do Estado de Minhas Gerais Sérgio Guerra avalia que o setor de serviços será ainda mais afetado pela crise econômica e política.

“A redução da força de trabalho na indústria já ocorre há mais de dois anos, ao passo que no setor de serviços é mais recente. Por conta disso, esperamos que a economia continue em desaceleração em 2016, mas agora tendo o setor de serviços como motor (da desaceleração)”, aposta.

Consequências

O economista Guilherme Almeida, da Fecomércio, lembra que os números negativos se traduzem também em menos emprego e renda.

“Quando a gente observa uma queda na atividade econômica, isso se traduz na deterioração do mercado de trabalho. Essa retração de 3,8% e, principalmente, a queda no investimento, têm influência na vida das pessoas. Os investimentos de ontem são os empregos de amanhã. Se houve queda nos investimentos, haverá reflexo no quadro de desemprego, além da queda no consumo das famílias e no consumo do governo”, avalia.

Ele explica que o resultado do PIB determina e explica uma queda em cadeia: pessoas consumindo menos, que demandam menos produtos na indústria e, consequentemente, menos empregos.

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