(Samuel Costa)
O belo-horizontino paga cada vez mais pela prestação de serviços. Só em janeiro, a contratação de pedreiros, pintores, marceneiros, eletricistas, entre outros profissionais, ficou, na média, 25,6% mais cara.
A alta na mão de obra exerceu forte impacto na inflação na capital mineira. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a evolução dos gastos das famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos, avançou 2,38% no mês, em Belo Horizonte.
Em 12 meses, o dragão acelerou 5,52% na capital, índice que se aproxima dos 6,5% do teto máximo estipulado pelo governo federal. Os dados são da Fundação Instituto de Pesquisa Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead) da UFMG.
Pleno emprego
Para o vice-presidente do Conselho Regional de Economia de Minas Gerais (Corecon-MG), Fabrício Augusto de Oliveira, a explicação está no próprio mercado de trabalho. “Os trabalhadores autônomos reajustam os valores cobrados no início do ano em função do aumento do salário mínimo. Além disso, vivemos uma situação de quase pleno emprego, com mão de obra em escassez e aumento da demanda”, avalia o economista. Segundo ele, o nível mais elevado de preço é ainda um reflexo do crescimento do poder de compra da população.
Com a agenda quase sempre cheia, o pintor Nicolas Bollini refez as contas. Em 2013, passou a cobrar, no mínimo, R$ 150 por dia de serviço. “O valor depende da urgência, da qualidade do acabamento e do tipo de trabalho”, detalha.
O jardineiro Adilson Silva também subiu sua própria tabela em 20%, passando a diária de R$ 50 para R$ 60. Já o “marido de aluguel” Fabiano Clementoni, da RD Soluções, preferiu esperar para aplicar o reajuste. “Cobro pelo menos R$ 60, o dia. Só não vou subir agora para não espantar a clientela, cada vez mais fiel”, diz.