Trabalhadores se dizem atentos à MP do BEm para evitar aumento da precarização

Evaldo Magalhães
efonseca@hojeemdia.com.br
30/04/2021 às 21:22.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:49
 (Lucas Prates/Hoje em Dia)

(Lucas Prates/Hoje em Dia)

Se, no lado dos patrões, a possibilidade de reu-tilização do recurso das reduções de jornadas e salários e das suspensões contratuais temporárias de trabalhadores é uma “mão na roda” para aplacar os efeitos econômicos da pandemia, na ponta dos empregados a situação é um pouco diferente. 

Embora reconheçam a importância da MP 1045, assim como fizeram em relação à MP 936, do ano passado, para preservação de postos e ocupações em meio à pior crise de que se tem notícia, eles temem que, aliada às seguidas perdas advindas da reforma trabalhista, a medida reeditada prejudique ainda mais uma série de categorias.

“Entendemos que trata-se de uma situação emergencial, até mais que no ano passado, que essas soluções são necessárias para tirar um pouco da pressão sobre o setor econômico. Afinal, esse abre e fecha tem causado um impacto muito grande e custado empregos”, afirma o presidente do Sindicato dos Empregados do Comercio em BH e Região, José Clovis Rodrigues. 

“Mas, como sabemos que no Brasil as condições não são boas para o trabalhador, ainda mais depois da reforma trabalhista, e que os empregados têm dado a maior cota de sacrifício na pandemia, temos que ficar atentos para que essas mudanças sejam somente emergenciais mesmo. E que não sirvam de desculpa para precarizar ainda mais a situação dos trabalhadores”, acrescenta.

Desemprego

Apesar da justificada preocupação do sindicalista, o desemprego no país não para de crescer, movido pela crise, e isso exige iniciativas como a MP 1045. Segundo o IBGE, no trimestre encerrado em fevereiro, o número de desocupados no Brasil chegou a14,4 milhões, o maior contingente desde 2012, início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada ontem. 

O resultado representa uma alta de 2,9%, ou de mais 400 mil pessoas desocupadas frente ao trimestre anterior (setembro a novembro de 2020), ocasião em que a desocupação foi estimada em 14 milhões de pessoas. Mesmo assim, a taxa de desocupação ficou estável em 14,4% em relação ao trimestre anterior (14,1%), mas apresentou alta de 2,7 pontos percentuais na comparação com igual trimestre do ano passado, que foi estimada em 11,6%.

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