Troca de emprego requer cautela e jogo de cintura do profissional

Tatiana Moraes - Hoje em Dia
20/03/2014 às 07:56.
Atualizado em 20/11/2021 às 16:44
 (Flávio Tavares)

(Flávio Tavares)

Talentosos, competentes e experientes, muitos dos executivos brasileiros têm, cada vez mais, procurado novos desafios no mercado de trabalho. No entanto, para conquistar uma nova vaga, seja na concorrência ou em corporações de outros segmentos, uma série de regras devem ser seguidas, segundo especialistas.

A mais valiosa delas é com relação à reputação da companhia que será substituída. “O candidato tem que sair pela mesma porta pela qual entrou. Ele não deve se expor. Muito menos, expor a empresa em que ele trabalhou sob a pena de perder a credibilidade aos olhos do mercado”, afirma o diretor associado da Fesa em Belo Horizonte, David Braga. A empresa é uma das maiores no segmento de recrutamento de altos executivos do país.

Ele explica que o profissional deve entender a posição que ele ocupa no mercado. Por isso, deve agir de forma diferente dos demais profissionais, que distribuem currículos e agendam entrevistas. “O executivo deve usar o networking, a rede de conexões”, diz. Segundo Braga, nos círculos profissionais estão as principais informações do mercado.

Deles participam pessoas que sabem quais empresas estão contratando, quais irão expandir, quais irão demitir.

Participar de fóruns, congressos e eventos do setor em que o executivo atua é importante para fazer este networking. No entanto, frequentar outros grupos também é fundamental. “Nem sempre os executivos migram para empresas do mesmo setor”, afirma.

A diretora-executiva da Veli Soluções em Recursos Humanos, Lizete Araújo, afirma que as redes sociais, como o Linkedin, podem ser aliadas do executivo neste processo. Porém, ela alerta que é necessário cautela. “As redes sociais podem alavancar a carreira do executivo ou jogá-la por terra. Contratar uma consultoria especializada para orientá-lo é a melhor saída”, aconselha.

Ainda de acordo com Lizete, a consultoria ajuda o executivo a avaliar não só quais as melhores opções do mercado, bem como é de extrema importância para listar os objetivos do profissional no novo emprego. “Afinal, o que querem estes profissionais?”, diz.

As possibilidades são muitas, segundo Braga. Há quem queira mudar de profissão em busca de um salário melhor, há quem busque mais qualidade de vida, quem tem pouca afinidade com os valores e cultura da empresa, e tem, também, aqueles que buscam novos desafios.

Neste caso, segundo a consultora empresarial e professora da Fundação Dom Cabral (FDC) Clara Linhares encaixam-se os jovens da geração Y. Nascidos entre 1980 e 1990, a “geração do milênio” quer resultados rápidos.

“Não importa se o jovem tem apenas seis meses de empresa, ele quer se destacar”, diz Clara. Segundo ela, essa necessidade de mostrar a que veio faz com que a dança das cadeiras entre executivos da geração Y seja constante.

Empresa deve pensar em sucessão antes da saída do funcionário

Embora a dança das cadeiras dos executivos seja rápida, a quantidade de empresas que se preocupam com a sucessão dos profissionais enquanto eles ainda estão empregados é pequena. Como consequência, a saída do funcionário pode causar um estresse grande no ambiente empresarial.

“As corporações mais organizadas têm essa preocupação. Porém, há aquelas que esperam a saída do profissional para se preocupar”, afirma o diretor associado da Fesa, empresa especializada na recolocação de executivos, David Braga.

Ele lembra que a sucessão é importante tanto nos casos em que há o desligamento do profissional quanto nas promoções internas. “Nem sempre o executivo deixa o cargo para migrar para uma nova empresa. Às vezes ele é promovido”, afirma.

Para evitar problemas, o ideal, segundo o especialista, é que uma pessoa seja treinada para assumir o lugar do executivo enquanto ele ainda estiver no cargo. “O modelo mental de que a informação deve ficar com uma só pessoa é defasado”, diz Braga.

Neste caso, entram em ação os departamentos de Recursos Humanos, que devem promover ações para o bem estar da companhia. “Eles devem ficar atentos não só para treinar o pessoal, mas também para tentar ao máximo segurar o executivo na empresa”, comenta.

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