Um mau negócio: mercado vê prejuízos para CSN e Usiminas

Bruno Porto - Hoje em Dia
11/04/2014 às 07:09.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:04
 (Usiminas/Divulgação)

(Usiminas/Divulgação)

Um mau negócio, com desdobramentos ruins para ambos os lados. É o balanço feito pelo mercado sobre o avanço da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) sobre a Usiminas, iniciado em 2011, e que culminou em uma participação societária de 17,43%, a maior de um investidor individual, da siderúrgica fluminense na fabricante de aços mineira. Esta semana, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) determinou à CSN que se desfizesse de parte dos papéis da concorrente. O mesmo órgão havia decidido que a CSN não poderia assumir uma cadeira no Conselho de Administração da Usiminas, o que era considerado a motivação de Benjamin Steinbruch para investir na concorrente.

“A CSN comprou caro e vai vender barato. A Usiminas terá mais oferta de venda do que de compra e, por isso, suas ações vão se desvalorizar ainda mais”, disse o analista-chefe da SLW Corretora, Pedro Galdi. O prazo para que a CSN se desfaça das ações que adquiriu na Usiminas e o percentual a ser alienado são confidenciais.

O analista da Ativa Corretora, Lenon Borges, também avaliou de forma negativa o negócio, porém com impactos maiores sobre a Usiminas, que deverá enfrentar um forte movimento de venda de seus papéis. O analista, pondera, no entanto, que existem mecanismos para amenizar os efeitos disso.

“A Usiminas tem, no entanto, a opção de realizar um aumento no volume de ações no mercado e, desta forma, atenuar os impactos do volume das vendas da CSN. Vale ressaltar que toda vez que a movimentação de redução envolver o mínimo de 5% do capital social da Usiminas, a CSN deverá notificar à Comissão de Valores Mobiliários (CVM)”, afirmou.

Com a Usiminas elevando o volume de ações no mercado mediante aumento de capital, a CSN teria seu peso diluído, já que a CSN não poderia participar de novas compras.

Na quarta-feira, quando o Cade ordenou a saída parcial da CSN do capital da Usiminas, as ações de ambas companhias despencaram.

Os papéis preferenciais da siderúrgica mineira caíram 6,25% e as ações da CSN registraram queda de 5,20%. Ontem, a Usiminas fechou o pregão em alta, de 1,56%, cotada a R$ 9,13. Já a CSN teve leve variação positiva, de 0,11%, precificada a R$ 9,12.  

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