Varejo tem o menor resultado em dez anos

Tatiana Moraes - Hoje em Dia
14/02/2014 às 06:22.
Atualizado em 20/11/2021 às 16:01
 (Samuel Costa - Hoje em Dia)

(Samuel Costa - Hoje em Dia)

O comércio varejista mineiro encerrou 2013 com crescimento inferior ao registrado na média nacional. Enquanto o faturamento líquido real do comércio em Minas Gerais encerrou o ano passado com crescimento de 0,9% na comparação com 2012, o Brasil apresentou alta de 4,3% na mesma base de comparação, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi a menor performance em dez anos.   A freada em Minas também foi maior do que no resto do país. A alta de 0,9% das vendas no Estado representou uma desaceleração de 86% ante os 6,7% de 2012. No país, a perda de ritmo foi de 48%, passando de 8,4% de alta para 4,3% de um ano para o outro.    O setor de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação puxou para baixo o resultado em Minas Gerais, com queda de 16,7% no fechamento do ano. No cenário nacional, foi verificada alta de 7,2%. “É importante ressaltar que outros Estados apresentaram resultados semelhantes, como Ceará, Paraná e Distrito Federal”, afirma o analista do IBGE Antonio Braz.   Outro segmento que afetou negativamente o desempenho de Minas foi o de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que retraiu 2,6%, contra alta de 1,9% no país. Braz ressalta que tanto Minas quanto o Brasil apresentaram resultados abaixo do registrado em 2012, com altas de 2,5% e 8,5%, respectivamente. Parte da desaceleração, de acordo com ele, é reflexo do ritmo mais lento de aumento da massa salarial da população.    O encarecimento do grupo alimentação e bebidas acima da inflação também contribuiu para o fraco desempenho. No ano passado, os preços do segmento tiveram alta de 7,83% na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), enquanto a inflação foi de 5,75%.   A economista da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) Ana Paula Bastos afirma que a economia de Minas Gerais é baseada, principalmente, em serviços e indústria, que sentem imediatamente os efeitos da desaceleração do Produto Interno Bruto (PIB, bens e serviços produzidos pelo país). Como reflexo, há redução da massa salarial e o comércio perde força.   No caso dos supermercados, Ana Paula comenta que, devido à inflação, é comum que o consumidor substitua os produtos mais caros pelos mais baratos. “Se a pessoa comprava manteiga, troca por margarina. Se consumia o sabão em pó X, substitui pelo Y. Toda essa mudança de consumo afeta o resultado da economia”, afirma.    Na contramão, os setores que não deixaram o resultado mineiro ser pior são os de móveis e eletrodomésticos e outros artigos de uso pessoal e doméstico. No primeiro caso, Minas registrou alta de 6% em 2013, contra 4,9% na média nacional. No segundo, o Estado fechou em 12,6%, enquanto o país apresentou alta de 10,3%.      

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