Venda de automóveis deve crescer até 4% com a prorrogação do IPI reduzido

José Antônio Bicalho - Hoje em Dia
01/04/2013 às 11:14.
Atualizado em 21/11/2021 às 02:26

A venda de automóveis novos deverá crescer entre 3% e 4% neste ano, para um patamar acima de 3,5 milhões de unidades, em função da prorrogação, até 2014, da alíquota reduzida do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis, anunciada na noite de sábado pelo Ministério da Fazenda.


Segundo Francisco Satkunas, membro do conselho consultivo do Sociedade dos Engenheiros da Mobilidade (SAE Brasil), esse volume de vendas é importante para a saúde da cadeia automotiva, que hoje tem uma capacidade instalada para 4,5 milhões de unidades ano.


“O governo quer assegurar o crescimento da indústria como um todo. E a indústria automotiva é fundamental nesse processo”, disse. O setor responde por 5,2% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e por 22,5% do PIB industrial, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).


Para Satkunas, o ponto negativo da prorrogação do benefício é a perspectiva de queda continuada dos preços dos automóveis usados. “O segmento de usados é importante, inclusive, para a venda de novos. Mas, essa desvalorização é um efeito colateral inevitável”, disse.

Críticas


O uso da política fiscal para impulsionar a economia, porém, não é apoiado unanimamente. O economista Claudio Gontijo, presidente do Conselho Regional de Economia de Minas Gerais (Corecon), disse que a prorrogação do IPI reduzido é “uma medida paliativa e insuficiente” para alavancar o crescimento da economia, que no ano passado foi de apenas 0,9%.

 

“O governo tenta injetar ânimo na indústria por meio dos benefícios às montadoras. Mas não mexe no principal: câmbio e as alíquotas de importação”, disse.


Segundo Gontijo, frear a entrada de importados no país, inclusive de automóveis, estimularia a produção da indústria nacional. Segundo a Anfavea, os veículos importados somaram no ano passado 850 mil unidades, o equivalente a 25% do mercado brasileiro.
 

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