Vendas de automóveis no Brasil só devem acelerar em 2017

Janaína Oliveira - Hoje em Dia
23/02/2015 às 07:26.
Atualizado em 18/11/2021 às 06:07
 (Carlos Rhienck/Hoje em Dia)

(Carlos Rhienck/Hoje em Dia)

Depois de dar marcha a ré em 2014 e 2015 e andar de lado em 2016, o mercado brasileiro de automóveis voltará a crescer a partir de 2017. Com o farol alto ligado, a MA8 Management Consulting Group, consultoria especializada no planejamento, gestão e governança no setor automotivo, enxerga uma retomada das vendas de veículos no país daqui a dois anos a reboque da “segunda onda” do crescimento chinês.

De acordo com o presidente da MA8, Orlando Merluzzi, executivo que passou a se dedicar exclusivamente à consultoria, no ano passado, após assessorar o ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) Luiz Carlos Mendonça de Barros no projeto de implementação da montadora chinesa Foton no Brasil, tudo indica que o PIB chinês vai dobrar até 2022, turbinando a economia brasileira e mundial.

“Há claros sinais de que a economia chinesa terá uma segunda onda de crescimento a partir de 2017. O presidente chinês Xi Jinping prometeu que dobrará a soma das riquezas produzidas em seu país até 2022. E quando um líder chinês assume um compromisso, dificilmente ele deixa de cumprir. Com uma taxa média de crescimento anual em torno de 7,5%, a promessa se tornará realidade”, diz Merluzzi.

Caso a previsão se confirme, a produção da indústria automotiva brasileira irá acelerar 5,6% ao ano de 2017 a 2022. Se não, o crescimento anual do setor não ultrapassará a média de 1,4% nesse período.

“Não é bola de cristal. As projeções são embasadas em um estudo completo, que compreende a década de maior expansão dos negócios automotivos no país e, não por acaso, o momento em que o mundo assistiu a um exponencial crescimento econômico chinês, que beneficiou largamente o Brasil no comércio exterior”, ressalta.

O especialista diz que “há uma nova China a ser construída dentro da própria China nos próximos anos” e essa expansão vai impactar positivamente a economia do Brasil, inclusive com maior demanda por commodities minerais e agrícolas. Bom também para Minas Gerais, que assistirá a uma reação de setores como mineração e siderurgia.

“Um novo modelo de desenvolvimento será colocado em prática pelo governo chinês. Até então, a expansão do setor automotivo baseou-se na forma de comprar à vista. A partir de agora, a economia vai estimular o financiamento, com fomento ao crédito. E o consumo deve explodir”, acredita.

Hoje, são produzidos na China 23,5 milhões de veículos por ano, número que pode chegar a 30 milhões com a mudança nas regras do jogo. Para se ter ideia, os Estados Unidos, outro gigante do setor, produzem 12 milhões anualmente.

“A China foi o motor da economia mundial durante a década passada e o Brasil se beneficiou disso. Eles assumiram a liderança em produção no setor automotivo, chegando a vender o dobro do volume dos americanos. Hoje, as principais montadoras produzem em solo chinês por escala, mercado e necessidade”, diz.  

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