Editorial: Coreia do Norte - pedra no sapato do mundo

Do Hoje em Dia
13/02/2013 às 07:05.
Atualizado em 21/11/2021 às 00:57
 (Jung Yeon-Je)

(Jung Yeon-Je)

Ao executar seu terceiro teste nuclear, a Coreia do Norte provocou reações de condenação de grande parte da comunidade internacional. Todos os governos legitimamente eleitos têm o direito de se defender de agressões externas. Desde o final da Guerra da Coreia, nos anos 1950, não sem razão, os governantes norte-coreanos se sentem ameaçados por Washington. Pensam: se eles têm bombas nucleares, por que não podemos tê-las?

Boa questão. Acontece também que o governo de Pyongyang, não eleito democraticamente e acusado de manter seu povo escravizado a velhos conceitos stalinistas, não aceita as recomendações das Nações Unidas, que quer aquela parte do mundo, da qual fazem parte ainda o Japão, a Coreia do Sul e outros países, desnuclearizada.

A Coreia do Norte vai na contra-mão dessa resolução. Primeiramente ela desenvolveu um artefato de baixa potência. A ele se seguiu outro, pouco maior. Depois veio este terceiro, cuja potência foi estimada em aproximadamente um terço da bomba que os Estados Unidos explodiram sobre Hiroshima, em 1945.

Não obstante, os governantes norte-coreanos declararam que, caso as sanções aumentem de intensidade, prosseguirá com seus testes e até ameaça uma quarta e uma quinta bombas, com potência ainda maiores. Anunciou também que a de terça-feira (12) foi miniaturizada e isso acendeu o sinal de alerta em várias capitais, pois significa que o regime tem condições de colocar uma bomba na ponta de um míssil intercontinental, hoje em desenvolvimento por seus cientistas, o que colocaria muitos países na sua mira.

Com isso, a Coreia do Norte se tornou a pedra no sapato do mundo e atrai para si a ira de seus pares. Para o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, o teste nuclear foi uma “provocação”. O Brasil também não aprovou.

Até a China, aliada do regime de Pyongyang, manifestou a “firme oposição” ao teste em um comunicado que não utiliza a palavra “condenação”. A ONU é a que menos conta. Afinal, permitiu que vários outros países, como a Índia, Israel, além dos Estados Unidos e Rússia, construíssem e testassem suas bombas.

A questão é: quem e o que vai parar a Coreia do Norte? O exemplo do boicote americano à Cuba aí está para mostrar que, com esse tipo de atitude, só se consegue prejudicar o povo. Ninguém invadirá o país: o medo da retaliação atômica contra as tropas é mais do que justificado. Sem uma provocação real, nenhum país bombardeará o território norte-coreano.

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