João Vítor Xavier: reviravoltas de 2018 reforçam busca por virada em BH

Evaldo Magalhães
efonseca@hojeemdia.com.br
12/10/2020 às 18:48.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:46
 (Twitter/ João Vítor Xavier)

(Twitter/ João Vítor Xavier)

O candidato à Prefeitura de Belo Horizonte pelo Cidadania, o deputado estadual João Vítor Xavier, citou nessa segunda-feira (12), durante a quinta live da série de conversas do jornal Hoje em Dia/Portal HD com os postulantes ao cargo, dois fenômenos registrados em Minas nas eleições de 2018 para justificar a crença de que poderá chegar a um eventual segundo turno, em novembro, contra o atual gestor da capital, Alexandre Kalil (PSD).

O prefeito, conforme as últimas pesquisas, a pouco mais de um mês do pleito, teria acima de 50% das intenções de voto – em alguns casos, mesmo com aplicação das margens de erro –, o que garantiria sua recondução ao posto sem a necessidade de um segundo embate nas urnas. A outra metade se dividiria entre os demais 14 candidatos – entre os quais aparece João Vítor, mas na vice-liderança da corrida liderada por Kalil-, os indecisos e os brancos e nulos.

A PBH demorou seis meses para descobrir que metade da população tinha plano de saúde, mas ela utilizava todo o número para fazer a conta dos impactos da pandemia na rede SUS

“Percebemos o que aconteceu na ultima eleição. No caso do Senado, por exemplo: por onde a gente andava, diziam o seguinte: Dilma (Rousseff, a ex-presidente tentou o Senado pelo PT mineiro) está eleita. Na hora que abriram a urna, Dilma estava em quarto lugar”, afirmou o deputado, que tem de hoje.

“Na eleição para governador do Estado, vimos a questão do Zema, que uma semana antes da votação tinha 7, 8, 9, menos de 10%. E, uma semana depois, ele era praticamente governador eleito em primeiro turno: teve 47% e ali já dava todo o indício, todo o indicativo de que seria eleito governador em segundo turno (na disputa com o senador Antonio Anastasia, hoje no PSD)”, completou.

Na entrevista, o parlamentar, que disse confiar na força da Internet, no programa eleitoral gratuito e em oportunidades como a oferecida pelo Hoje em Dia para divulgar suas propostas e amealhar votos suficientes para chegar ao segundo turno, não poupou críticas a ações do atual chefe do Executivo, sobretudo no enfrentamento da pandemia da Covid-19.
Para ele, ao lidar com a crise sanitária, desde o início Kalil tratou com rigor excessivo e sem embasamento científico setores do comércio e dos serviços, como os bares e restaurantes.

“O jeito que Kalil vai conduzindo as ações neste momento só reforça o que já dissemos. Do dia para a noite, resolveu agora que cinema pode abrir, que show pode ter. Semana passada, ele falou que as pessoas vão poder utilizar mais as mesas das calçadas. Então, todas as medidas que ele está tomando agora porque chegou o período da eleição, são medidas que nós já cobrávamos, que ele deveria ter tomado lá atrás”, disse.

João Vítor ainda classificou como inexplicáveis algumas restrições que continuam ocorrendo na cidade. “Vou colocar uma coisa simples: o comércio do Centro só pode abrir no final da manhã. Será que o coronavírus tem hora para chegar? Se a loja estivesse aberta às 9h, as pessoas pegariam coronavírus, mas às 11h não tem mais risco? No bar, até 21h59 as pessoas não pegam, mas às 22h o coronavírus vai chegar correndo para pegar o belo-horizontino?”.

Alguém consegue explicar por que o shopping Oi foi aberto e o Pátio Savassi, o BH, o Minas e outros, não? Por que a Galeria do Ouvidor ficou fechada e o shopping popular ficou aberto?

Bandeiras
Durante o bate-papo, o parlamentar, que agradeceu de forma irônica a eleitores que se manifestavam na live contra suas falas – chamou-os de “haters” a serviço do prefeito –, também definiu-se ideologicamente como centro-direita – “conservador nos costumes e liberal na economia”.

Perguntado sobre a origem política, no PSDB, o deputado fez algo próximo de um “mea culpa”, sem citar nomes como o do deputado federal Aécio Neves, ex-cacique da legenda. “Gosto de fazer política com pessoas do bem e de bem, mas nem sempre isso é possível. Todo mundo erra, faz escolhas equivocadas na vida pública, já votou em alguém e se arrependeu, ou já teve admiração por rotas e caminhos que depois viu que não eram merecedores da sua admiração”, afirmou.

Agradeço aos ‘haters do prefeito’ que sempre me acompanham, destilando ódio e veneno. Cito Don Quixote: (Se os cães ladram)isso é sinal de que estamos avançando

Xavier voltou ainda a explicar e defender algumas das principais bandeiras de sua campanha, como a da retomada dos empregos na cidade, com a revisão do Plano Diretor do município, que teria afastado empresas de construção civil da cidade, e a de melhorias na educação. “Essa deveria ser a prioridade da PBH no momento: entender, planejar e organizar como as nossas crianças vão ter aula”, ressaltou.

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