Em 12 meses, índice que mede custo de vida dos mais pobres em BH foi maior

Paulo Henrique Lobato
Publicado em 25/07/2019 às 08:30.Atualizado em 05/09/2021 às 19:41.
 ( LUIZ COSTA/ARQUIVO)
( LUIZ COSTA/ARQUIVO)

As famílias menos abastada na Região Metropolitana de Belo Horizonte sentiram mais os efeitos da inflação do que a classe com maior poder aquisitivo no acumulado dos últimos doze meses. É o que revela a comparação entre dois indicadores calculados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O primeiro é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), criado para medir a evolução dos preços de produtos e serviços às famílias com rendimentos de um a cinco salários mínimos (até R$ 4.990).

O segundo é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que avalia o sobe e desce dos preços de produtos e serviços às famílias que possuem renda entre um e 40 salários mínimos (até R$ 39.920). De acordo com o IBGE, o INPC geral na Grande BH fechou os últimos 12 meses com alta de 3,14%, resultado acima do IPCA (3,08%) em igual intervalo e região.

Os dois indicadores são divididos em vários subíndices. No da alimentação no domicílio, por exemplo, novamente o INPC (4,91%) ficou acima do IPCA (4,50%) na mesma base de comparação. “Cada um dos nove grupos de ambos os indicadores possui pesos diferentes que variam todos os meses. O peso do grupo ‘alimentação e bebidas’ representa pouco mais de 30% do índice, evidenciando a relevância de gastos com comida para o grupo considerado de baixa renda.

Portanto, uma variação de preços maior em itens essenciais – como alimentos, medicamentos, serviços essenciais (água, luz etc) – pesa mais para famílias de renda menor do que para famílias com maiores rendas”, explicou Guilherme Almeida, economista-chefe da Fecomércio-MG.

“A variação de preços maior em itens essenciais pesa mais para famílias de renda menor do que para famílias mais abastadas”


Cesta básica

Usando como base a evolução da cesta básica em Belo Horizonte, a pesquisadora Thaize Martins, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead/UFMG), reforça que os alimentos in natura subiram 15% este ano: “É um impacto que a população com baixa renda sente bem mais”, afirmou a pesquisadora.

A Fundação Ipead calcula o custo da cesta básica na capital. A evolução do preço impacta mais no bolso da classe menos favorecida, que pagou 17,3% a mais entre julho do ano passado e junho de 2019. O custo da cesta saltou de R$ 373,61 para R$ 438,31.

Mas não é só o conjunto de componentes da cesta básica que pesa mais no INPC. Por exemplo, a passagem de ônibus tem peso maior no índice que retrata a inflação das famílias de baixa renda, uma vez que o transporte público tem essa camada da sociedade como principal cliente. “Por sua vez, a gasolina tem impacto maior no IPCA”, finaliza Thaize.

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