Em 1991, Alfa Romeo apresentou o Proteo 164, conceito queu origem à dupla Spider e GTV

Marcelo Jabulas
@mjabulas
17/04/2021 às 09:48.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:42
 (Alfa Romeo/Divulgação)

(Alfa Romeo/Divulgação)

Alguns carros ficam em linha por anos, até mesmo décadas. Geralmente, são carros de baixo custo, como Morris Mini, Fiat Uno Mille, VW Fusca. Mas às vezes ocorre de algum esportivo adiar bem a aposentadoria. Foi o caso da Alfa Romeo Spider, que chegou ao mercado em 1966 e ficou em linha até 1993.

Apesar de ser um esportivo charmoso com mais de 110 mil unidades vendidas, no final dos anos 1980 a Alfa sabia que precisava atualizar seu conversível, como o restante de sua gama. A marca já estava sob comando da Fiat e tinha colocado no mercado ao 164 e já trabalhava no projeto 155.

Em 1991, o designer Walter de Silva então apresentou o 164 Proteo Concept. Proteo faz alusão ao deus dos mares, na Odisséia, de Homero. Tratava-se de um estudo futurista com elementos óticos embutidos na carroceria, como os três pares de luzes dianteiras e as lanternas que atravessavam a traseira.

Era um estilo minimalista, que de certa forma remetia à tendência de design na virada dos anos 1980, como a prima Mythos, da Ferrari, que também apresentava uma reformulação completa na orientação de estilo de Maranello.

O conceito era um targa, com a parte superior do teto removível e parabrisas traseiro abaulado, como nos demais modelos que recorrem a essa configuração, como Porsche 964 Targa, Chevrolet Corvette C4 e muitos outros. Seria a solução para aposentar o Spider e também entregar ao público um sucessor para a finada Alfetta, que era o esportivo fechado da marca até 1987.

Nervoso

O Proteo não era um carro estático, como muitos conceitos que só são casca. A Alfa Romeo aplicou a unidade V6 3.0 24v de 260 cv da versão mais nervosa do sedã 164, combinado com caixa manual de cinco marchas. Segundo a marca, ele era capaz de acelerar a até 255 km/h.

No fim das contas o Proteo resultou na família 916 (com o roadster Spider de 1993 e o cupê GTV de 1994), assinada pela Pininfarina. A dupla trazia elementos característicos do conceito como os pequenos faróis “perfurando” o capô, assim como o pequeno scudetto (a grade em forma de cunha). Na lateral, o forte vinco partia da caixa de rodas dianteira e se elevava até a linha de cintura. Na traseira a lanterna inteiriça completava o conjunto.

A dupla ficou em linha até 2004, quando a marca lançou a nova geração do Spider e o formidável cupê Brera. Em seus quase 11 anos de mercado essas Alfas tiveram nada menos que 10 opções de motores, partindo do 1.8 de 144 cv, do 155, ao generoso V6 3.2 de 240 cv do grandalhão 166. Mas isso conversa para outro dia.

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