Em BH, Ciro diz que Temer é 'capitão do golpe'

Bruno Porto - bporto@hojeemdia.com.br
05/12/2015 às 13:55.
Atualizado em 17/11/2021 às 03:13

O pedetista Ciro Gomes classificou o vice -presidente da República, Michel Temer (PMDB), de "capitão do golpe", em referência a articulações sobre o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Ele esteve em Belo Horizonte neste sábado (5), onde participou do Congresso do PDT da Capital, que tem o deputado estadual Sargento Rodrigues como pré-candidato à prefeitura. O ex-ministro da Integração Nacional no governo Lula foi contundente ao atacar os defensores do impeachment da presidente Dilma Rousseff e também fez críticas à postura do senador mineiro e presidente nacional do PSDB, Aécio Neves.

O PDT possui uma bancada com 18 deputados federais em exercício, e deve formalizar na próxima terça-feira (8) a orientação já pública de votar de forma contrária ao impeachment. Para a Comissão Especial que será formada pela confeccionar um parecer sobre o pedido de afastamento da presidente, o partido indicou dois nomes: o do líder da bancada, Afonso Motta (PDT-RS), e do deputado Dagoberto Nogueira Filho (PDT-MS).

“Eu acuso o senhor Michel Temer de ser o capitão do golpe. Vocês acompanharam o escândalo do mensalão, e o então vice-presidente da República era um dos maiores brasileiros com quem eu tive o privilégio de conviver e que as Minas Gerais nos deu, que é José Alencar. Compare o comportamento, os movimentos, as interlocuções, e as declarações de José Alencar naquela crise gravíssima que o Lula passou e o que o Michel Temer anda fazendo ultimamente. Você vai ver a diferença brutal entre um homem de bem e um golpista”, afirmou Ciro Gomes.

Para ele, que já se lançou candidato a presidente em 2018, o comportamento da oposição deve ser de pressão para que o governo mude de rumo, e de organização para derrubar Dilma nas urnas. “Isso é o que cabe na democracia”, afirmou. Ele disse que não consegue entender como o líder da oposição, o senador mineiro Aécio Neves, adota uma postura tão distante da que teve seu avô, Tancredo Neves, em momentos de crises graves.

“Eu tenho tido muita decepção(com Aécio). Sou amigo do Aécio há uns 35 anos. Eu não admito, na minha cabeça não compreendo, como é que o neto do Tancredo Neves, que estava no dia que antecedeu o suicídio do Getúlio Vargas sentado ao lado dele e ganhou dele a caneta que assinou a carta-testamento, e que quando houve a renúncia do Jânio e se pretendeu fazer um golpe, assumiu como primeiro ministro e reconstituiu a autoridade inteira do presidente João Goulart, não posso entender hoje o neto dele fazer isso, e escalar o golpe”, afirmou.

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