BEIRUTE- O Irã e seu aliado libanês, o poderoso Hezbollah xiita, vão lutar ao lado do regime sírio em caso de "ataque estrangeiro", afirmou nesta terça-feira o líder de uma organização palestina pró-síria. "Discuti o assunto com os irmãos (na Síria), com Hassan Nasrallah (líder do Hezbollah) e com os irmãos no Irã e, em caso de ataque estrangeiro, faremos parte desta batalha", indicou Ahmed Jibril, líder da Frente Popular pela Libertação da Palestina-Comando Geral (FPLP-CG), grupo palestino com sede em Damasco.
Ele fez essas declarações à rede de televisão via satélite com sede em Beirute, Al-Mayadeen, dirigida por Ghassan Ben Jeddo, ex-estrela da Al-Jazeera conhecido por suas posições pró-Hezbollah e pró-Síria. A entrevista foi transmitida às 13h30 GMT (10h00 de Brasília) e longos trechos foram distribuídos à imprensa. Jibril, que afirmou recentemente ter se reunido com o chefe do Hezbollah e com o presidente iraniano Mahmud Ahmadinejad, disse que Nasrallah informou "pessoalmente" que iria participar desta batalha.
Ele indicou ter sido informado pelas autoridades iranianas que elas não deixariam o regime de Bashar al-Assad e que tinham "advertido a Turquia em várias ocasiões para não brincar com fogo". Segundo Teerã, "uma intervenção (militar) é uma linha vermelha que não deve ser cruzada", acrescentou Jibril. Ele assegurou que o Irã, o Hezbollah e seu grupo fazem parte de "um mesmo eixo".
O FPLP-CG é uma organização radical apoiada pela Síria, que rejeita qualquer acordo negociado com Israel. Ela tem duas bases militares no leste do Líbano e todas as tentativas de desarmá-la fracassaram.