Em dia de greve geral, metrô, escolas e postos de saúde estão fechados

Da Redação (*)
portal@hojeemdia.com.br
29/06/2017 às 20:52.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:19
 (Flavio Tavares)

(Flavio Tavares)

Nesta sexta-feira de greve geral, quem mora nas regiões Norte, Venda Nova e Pampulha enfrentou trânsito intenso para chegar à região central de Belo Horizonte. Uma manifestação pela manhã na avenida Cristiano Machado, na altura da Estação São Gabriel, com queima de pneus, atrapalhou o fluxo de veículos na região.

Já na avenida Antônio Carlos e na avenida Pedro I, o trânsito ficou intenso por conta do grande número de veículos. Como os metroviários aderiram à greve, as pessoas que moram ao norte da capital e da Região Metropolitana e estão acostumadas a usar o metrô tiveram que encontrar uma alternativa para chegar ao trabalho.

De acordo com a BHTrans, nos outros pontos da cidade, o trânsito é normal para uma sexta-feira. A expectativa é que haja congestionamento no fim da tarde, por causa das manifestações e por conta do grande fluxo de carros que devem pegar a avenida Cristiano Machado para retornar a Venda Nova ou à região Norte.

Segundo o Sindibel, sindicato de boa parcela do funcionalismo público de Belo Horizonte, um dos princpais serviços afetados são os postos de saúde, nos quais o pessoal efetivo aderiu em força à paralisação. Postos de Sâo Cristóvão, Mariano de Abreu e Novos Horizontes, por exemplo, estariam com funcionamento reduzido. As unidades de saúde de urgência e emergência, no entanto, como as UPAs e o Hospital Hodilon Behrens, estão funcionando normalmente. Também há adesão ao movimento em setores de fiscalização e na parte administrativa composta por pessoal efetivos.

Ainda de acordo com o Sindibel, outro serviço de contato direto da prefeitura com a população, o BH Resolve não teria sido afetado, já que boa parte do seu quadro de pessoal é de contratados.

Às 8h30, o Sinpro (Sindicato dos Professores de Minas), que representa professores de escolas particulares, e a CUT-MG ainda fariam um balanço da adesão. A CUT confirma, porém, 100% de paralisação no metrô. 

O Sind-Rede, que representa os professores da rede municipal, calculava, no início da manhã, uma adesão de 60% ao movimento. O grupo fará uma assembleia, a partir das 9h, na Praça Afonso Arinos. Além da luta contra as reformas Previdenciária e Trabalhista, os professores estão em campanha de reajuste salarial, como possibilidade de um indicativo de greve para o mês de agosto. O grupo demanda reajuste de 20% (baseado em perdas salariais acumuladas desde 1996), unificação da carreira de educação infantil com o restante da categoria, e tempo de 1/3 da jornada diária para planejamento das aulas.

Na Praça Sete um grupo de estudantes secundaristas faz manifestação, mas não há interrupção de trânsito. Lojas começam a abrir no centro normalmente. Agências bancárias fechadas.

Ações surpresa

A greve geral contra as reformas propostas pelo presidente Michel Temer (PMDB) promete protestos em 32 cidades de Minas Gerais. Em Belo Horizonte, a concentração está marcada para as 9 horas, na Praça da Estação. De lá, os manifestantes seguem para a Praça 7. Às 15h, uma audiência pública será realizada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais para destrinchar a reforma trabalhista.

Os rodoviários, que interromperam as atividades na última paralisação (em 28/4), o que reforçou o movimento, apoiarão o protesto com ações surpresa, segundo a presidente da Central Única dos Trabalhadores em Minas Gerais (CUT-MG), Beatriz Cerqueira. “O funcionamento dos ônibus de Belo Horizonte não será normal”, garante Beatriz.

Segundo ela, a adesão não será total porque o sindicato foi pressionado pelas empresas de ônibus.No entanto, segundo a assessoria de imprensa do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Belo Horizonte e Região (STTRBH), os motoristas e cobradores não foram orientados a participar das ações. “Nossa orientação é que eles participem dos movimentos fora do horário de trabalho”, diz a assessoria.

Várias escolas municipais, estaduais e particulares também prometem aderir à greve. Segundo a presidente do Sindicato dos Professores de Minas Gerais (Sinpro), Valéria Morato, estão confirmadas paralisações totais ou parciais no Balão Vermelho, Escola da Serra, Santa Doroteia, Santo Antônio, Magnum, Coleguim, PUCMinas, Dom Helder Câmara, entre outros particulares. Outras categorias que prometem aderir à greve, conforme a CUT-MG, são trabalhadores da Cemig e da Copasa, bancários, Correios, rede estadual de saúde, metalúrgicos, assalariados rurais, técnicos administrativos das escolas federais e servidores municipais.

Metrô fechado

Os metroviários, em contrapartida, garantem 100% de adesão à greve geral. A decisão foi tomada em assembleia realizada na última terça-feira. Ontem, eles se reuniram novamente para ratificar a paralisação.

O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determinou que o metrô funcione com no mínimo 80% dos trens circulando pela manhã e 60% nos demais horários.

A sentença foi deferida pelo 1º vice-presidente do TRT, desembargador Ricardo Antônio Mohallem, e atende a pedido ajuizado pela CBTU Belo Horizonte. Em caso de descumprimento, o Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro-MG) terá que pagar multa de R$ 250 mil. “A CUT vai arcar com a multa”, garante a presidente da Central.

Confira a lista completa das categorias que vão aderir ao protesto:

Metroviários de Belo Horizonte

Bancários de Belo Horizonte e Região

Trabalhadores da Cemig

Trabalhadores da Copasa

Trabalhadores dos Correios

Rede Estadual de Educação

Rede Estadual de Saúde

Petroleiros

Técnico-administrativos da UFMG, da UFVJM, do Cefet e do IFMG de BH e interior

Servidores municipais de Belo Horizonte

Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Extração de Ferro e Metais Preciosos de Brumadinho e FTIEMG

Metalúrgicos de BH e Contagem, Alfenas, Cambuí, Extrema, João Monlevade, Santa Luzia, Varginha, Juiz de Fora, Matozinhos, Pouso Alegre, Timóteo e Vespasiano

Sindicato dos Bancários de Divinópolis

Bancários de Juiz de Fora

Bancários de Patos de Minas

Trabalhadores da Agricultura Familiar com mobilização em todo o Estado (Espera Feliz, Caparaó, Divino, Orizânia, Santa Margarida, Tombos, Pedra Dourada, Simonésia, São José de Mantimentos, Santana do Manhuaçu, Santa Bárbara, Alvinópolis, Caiana, Catas Altas, entre outras cidades)

Assalariados rurais do Sul de Minas

Servidores de Timóteo

Servidores de Coronel Fabriciano

Servidores de Ipatinga, entre outras categorias

Cidades onde serão realizadas manifestações

Manhuaçu, Juiz de Fora, Capinópolis, Araguari, Conselheiro Lafaiete, Muriaé, Ituiutaba, Caratinga, Governador Valadares, Varginha, Ribeirão das Neves, Montes Claros, Pouso Alegre, Cataguases, Leopoldina, Volta Grande, Nanuque, Pará de Minas, Timóteo, Ipatinga, Ouro Preto, Uberlândia, Itaúna, Divinópolis, Patrocínio, Uberaba, Diamantina, Unaí, Pirapora, Alfenas, Paracat, Poços de Caldas, Ponte Nova e Passos

* Com Tatiana Moraes, Cinthya Oliveira e Filipe Motta

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por