Em fim de semana de filas nos postos, litro da gasolina chegou a R$ 5,09 em BH

Cinthya Oliveira
cioliveira@hojeemdia.com.br
03/09/2018 às 11:06.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:15
 (Mauricio Vieira)

(Mauricio Vieira)

No fim de semana em que houve uma corrida aos postos por causa da notícia de estado de greve dos transportadores de combustíveis, conhecidos como tanqueiros, vários estabelecimentos aumentaram o preço da gasolina. Houve até quem encontrasse o combustível por um valor acima de R$ 5. No posto Fernanda, no Vila da Serra, em Nova Lima, por exemplo, o litro estava sendo vendido no domingo (2) a R$ 5,09 - um aumento de 6,25% em relação ao praticado há 15 dias.

O preço médio da gasolina subiu 1,31% nos últimos 15 dias em Belo Horizonte e região, segundo pesquisa realizada neste domingo (2) pelo site de pesquisas Mercado Mineiro. Se na última quinzena a média do litro desse combustível custava R$ 4,677,  agora passou a ser R$ 4,738. 

O valor do diesel, foco principal da greve dos caminhoneiros realizada em maio, passou por uma alta relevante nos últimos 15 dias. O preço médio teve um aumento de 2,80% nos postos de Belo Horizonte - um acréscimo médio de R$ 0,11 no litro, segundo a pesquisa. 

Em alguns postos, o crescimento do diesel foi bem maior do que a média. No posto ALE no Vila da Serra, o litro custava R$ 3,660 e subiu para R$3,915, um aumento de 6,97%. O posto da Petrobras na avenida Amazonas que tinha o preço do diesel a R$3,639 subiu para R$3,889, um aumento de 6,87%.

A única boa notícia em relação aos combustíveis é da continuidade na queda do preço do etanol: o preço médio de R$ 2,813 caiu para R$ 2,781, uma redução de 1,15%.

A pesquisa consultou 25 postos de grande movimentação em Belo Horizonte para verificar o aumento de preços e a disponibilidade de combustíveis diante da notícia de estado de greve dos transportadores. O medo de ficar sem combustível – efeito da greve dos caminhoneiros em maio – fez com que houvesse uma corrida aos postos durante o fim de semana, gerando filas gigantescas.

Estado de greve

O chamado estado de greve é uma situação aprovada pelos trabalhadores, alertando aos governantes que a qualquer momento eles poderão deflagrar uma greve. Mas por enquanto os tanqueiros, que transportam diesel e gasolina, seguem com o abastecimento em todo Estado e em negociação com a BR Distribuidora, com o governo federal e com outras distribuidoras.  

O Sindicato dos Transportadores de Combustíveis e Derivados do Petróleo de Minas Gerais (Sindtanque-MG) quer o cumprimento da Lei do Frete, que instituiu a Política Nacional de Pisos Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas, e a redução do preço do diesel. Caso não haja acordo nesse sentido, a categoria afirma que vai parar as atividades.

Veja os dados da pesquisa:Mercado Mineiro/Divulgação / N/A

O site Mercado Mineiro afirma que continuará atualizando a pesquisa de combustíveis durante a semana e o consumidor pode acompanhar a variação de preços e disponibilidade de combustível pelo aplicativo comOferta.

Postos não estavam preparados

O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro) se manifestou sobre a corrida aos posto de gasolina no fim de semana por meio de nota publicada em seu site. Segundo o sindicato, a intensa busca por combustível pode, de fato, acelerar a baixa no estoque dos estabelecimentos, “pois, apesar de possuírem estrutura de armazenamento, alguns postos não se prepararam para receber grande demanda em um espaço curto de tempo”.

A reposição dos estoques depende de vários fatores de logística, como refinarias, companhias distribuidoras e transportadores, segundo o Minaspetro. O sindicato diz ainda que está ciente do estado de greve estabelecido pelo Sindicato das Empresas Transportadoras de Combustível e Derivado de Petróleo do Estado de Minas Gerais (Sinditanque-MG); mas não há, até então, informação de dificuldades no abastecimento dos postos em qualquer região de Minas Gerais. O sindicato pede que os revendedores associados avisem caso tenham problemas com abastecimento.

Questionado sobre a motivação da alta dos preços dos combustíveis no fim de semana, o Minaspetro afirma que não é papel do sindicato tratar deste assunto. "Não existe tabelamento no setor, portanto o mercado de combustíveis é livre. Cada empresário define seu preço de venda, que varia de acordo com inúmeros fatores, tais como estratégias comerciais, localização, concorrência, entre outros", afirma nota enviada pelo Minaspetro.  

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