Em Itaobim, europeu procurado pela polícia virou ‘celebridade’ e cantor romântico

Ezequiel Fagundes - Hoje em Dia
23/09/2015 às 07:23.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:49
 (Carlos Henrique)

(Carlos Henrique)

Na terra da Manga, como é conhecida a pequena Itaobim, os moradores ficaram surpresos com prisão do italiano Benvenuto Cogoni pela Polícia Federal (PF).

Nas rodas de conversas, ele foi descrito como uma pessoa alegre e festeira, que animava as confraternizações com cantoria. Tanto que chegou a gravar um CD com músicas italianas românticas.

Ressabiados com a repercussão do caso, os habitantes evitaram falar sobre a condenação por lavagem de dinheiro do imigrante europeu que escolheu o município mineiro como refúgio.

Com a carteira de motorista do pai nas mãos, Anderson Cogoni, de 21 anos, informou que a família vai recorrer às últimas instâncias contra a extradição. Bastante incomodado com a equipe de reportagem, Anderson pediu para não ser fotografado. Mas contou sobre a saga do pai. De acordo com o jovem, Cogoni viveu inicialmente no Rio de Janeiro antes de se mudar para o interior de Minas. Lá, conheceu e se apaixonou pela mineira Cleuza Pereira dos Santos, nascida em Itaobim, com quem teve Anderson e Débora Cogoni.

Com semblante triste, o primogênito disse que já visitou o pai três vezes na penitenciária. “Meu pai não pode ser extraditado. Ele tem família que depende dele, possui moradia fixa e documentos brasileiros”, protestou.

Prima da ex-mulher do italiano, a dona de um açougue em Itaobim, Maria Geralda, de 48 anos, defende a permanência dele no Brasil. “Ele é uma ótima pessoa, carismático e extrovertido. Antes de começar a cantar, ele abriu uma pizzaria, mas o negócio não foi pra frente”, contou.

Para um funcionário do comércio local, que pediu para não ser identificado, Cogoni era uma espécie de celebridade na cidade. “Ele cantava na rádio, em festa, até lançou CD. Ninguém por aqui podia imaginar que ele era um foragido da Justiça italiana”, relatou.

O primeiro interrogatório do extraditável a autoridades brasileiras está marcado para amanhã, conforme decisão do Supremo Tribunal Federal

Filho do europeu, Anderson Cogoni, de 21 anos, diz que a família vai recorrer às últimas instâncias contra o possível retorno do pai à Itália

Enquanto o governo brasileiro analisa o pedido de extradição do italiano, a Itália determina o retorno de Henrique Pizzolato ao Brasil. Ele foi condenado no mensalão.

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