Apesar de ainda aguardarem o prazo para a candidatura oficial, no dia 16 de agosto, os pré-candidatos ao governo de Minas já deram início à caminhada para angariar votos no interior do Estado.

Pouco mais de um mês após o anúncio de sua pré-candidatura, o senador Antonio Anastasia (PSDB), visitou cinco cidades mineiras: Uberaba, Uberlândia, Sete Lagoas, Juiz de Fora e Tiradentes. Durante o evento que oficializou o seu nome na disputa pelo cargo, no dia 14 de maio, o senador afirmou que marcará viagens a várias regiões do Estado nas próximas semanas e que, mesmo em pré-campanha, tem recebido muitos prefeitos mineiros em Brasília. “Tenho recebido comitivas, especialmente do Norte de Minas”, disse. 

Segundo a assessoria do candidato Rodrigo Pacheco (DEM), ele também realizou visitas a 150 cidades mineiras nos últimos seis meses, quando já estava em pré-campanha. 

A assessoria informou ainda que com a redução do período eleitoral, a pré-campanha se tornou muito importante para visitar os municípios, conversar com as pessoas e apresentar um projeto alternativo às cidades mineiras. Esclareceu ainda que a agenda de viagens é intensa, sendo três ou quatro cidades por dia.

A pré-campanha de Marcio Lacerda (PSB) começou há um ano. Segundo ele, conhecer os números e as estatísticas é extremamente importante para a construção de propostas realistas para um bom programa de governo, mas o contato direto com as pessoas é fundamental. “Ouvir e dialogar pessoalmente com a população é insubstituível, por isso, desde junho do ano passado já visitamos 168 cidades por toda Minas Gerais para conversar com as pessoas e conhecer de perto a realidade de cada região. Não imagino uma pessoa querer ser candidato a governador sem fazer esta peregrinação de aprendizado que estamos fazendo”, afirma o pré-candidato.

Minas Gerais é o Estado com maior número de municípios, são 853. E a campanha oficial, neste ano, será de 50 dias. 

Um dos pré-candidatos pelo MDB, ao lado do presidente da Assembleia, Adalclever Lopes, e do deputado Leonardo Quintão, Antônio Andrade também ajustou a sua agenda para começar a viagens antes da campanha oficial. Apenas nesta semana, o atual vice-governador esteve em Vazante e Coromandel. Ele ainda pretende percorrer outras cinco cidades até o fim da semana que vem. “No último mês, estive em Juiz de Fora, Janaúba, Ituiutaba, Montes Claros e várias outras. Ao todo, foram cerca de 20 cidades”, afirma. 

João Batista Mares Guia (Rede) começou a agenda de viagens em fevereiro e visitou cerca de 100 cidades até o momento. Sempre realizadas de terça a sábado, um dos motes dos passeios é a sua palestra sobre a Base Nacional Comum Curricular. 

Somente nesta semana, o pré-candidato foi a Passos, São João Del-Rei, Cruzília, Passa Quatro, Caxambu, São Lourenço, Lagoa da Prata e Barbacena. No sábado, a expectativa é passar por Juiz de Fora e Vieiras. 

Embora o atual governador Fernando Pimentel (PT), que tentará a reeleição ao cargo, cumpra uma intensa agenda de viagens pelo interior mineiro, a assessoria do partido afirma que não se trata ainda de pré-campanha. De acordo com o deputado Rogério Correia, as estratégias para a candidatura serão definidas hoje em reunião com a ex-presidente Dilma Rousseff e as bancadas estadual e federal do PT-MG.

 Reforma eleitoral proíbe apenas pedidos explícitos de voto

Segundo o cientista político Rubens Goyatá, pesquisador do Centro de Estudos Republicanos Brasileiros (Cerbrás), as viagens realizadas agora serão decisivas para conseguir eleitores em tempo hábil, já que a campanha neste ano será reduzida e os candidatos terão pouco menos de dois meses para apresentar suas propostas. 

“Minas é um Estado grande e diversificado, com realidades muito distintas. Neste ponto, o candidato que conseguir visitar as diferentes regiões terá oportunidade de falar com cada eleitor, de forma mais específica e eficiente. Mas vale ressaltar que a campanha não se resume a isso e outros fatores também exercem impacto sobre o resultado final”, afirma. 

Sobre a jurisprudência instituída após a reforma eleitoral, que proíbe a realização de campanha antes do período oficial, Goyatá explica que o entendimento da Justiça vale somente para o candidato que pedir voto, de forma aberta e explícita. 

“A campanha começa oficialmente no dia meio de agosto, mas no entendimento da Justiça, a única coisa que não se pode fazer antes disso é pedir o voto de forma aberta. Todo o resto está permitido e a verdade é que as campanhas eleitorais já começaram, elas já estão nas ruas, embora de forma implícita”, acredita. 
As convenções partidárias, quando serão oficializadas as chapas, ocorrerão entre 20 de julho e 5 de agosto. 

A data final para os partidos e coligações oficializarem as chapas na Justiça Eleitoral é 15 de agosto. Após esta data, no dia 16 de agosto, está oficialmente aberto o período de campanha eleitoral. 
 

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