Empréstimos são vilões na lista do Procon da ALMG

Lucas Borges
lborges@hojeemdia.com.br
19/02/2018 às 20:34.
Atualizado em 03/11/2021 às 01:27
 (Ricardo Bastos )

(Ricardo Bastos )

Os empréstimos consignados e pessoais levaram muita dor de cabeça ao consumidor mineiro em 2017. A categoria foi a grande novidade na lista de reclamações do Procon da Assembleia, saltando de sexto lugar, em 2016, para a quarta posição, no ano passado. No período, o número de queixas subiu de 413 para 556, alta de 34,6%.

Já o setor de telefonia fixa e móvel se manteve pelo quinto ano consecutivo como líder de reclamações.
Segundo levantamento do órgão, o segmento foi responsável por 1.265 das 8.027 queixas registradas ao longo de 2017. Em 2016, o serviço correspondeu a 1.661 contestações das 9.324 computadas.

Em seguida, aparece o chamado Combo, que engloba os serviços de telefonia, TV por assinatura e internet, com 1.029 protestos, superando os 965 do ano anterior.
Na terceira colocação do ranking estão as queixas relacionadas ao cartão de crédito, com recuo de 906 para 766 contestações.

Culpa

Segundo o Procon, a análise do conteúdo das queixas em relação aos empréstimos aponta que, em vários casos, a soma dos contratos firmados em um ou mais bancos supera, inclusive, o rendimento mensal do contratante.

Coordenador do Procon da Assembleia, Marcelo Barbosa acredita que as grandes responsáveis por esse aumento no número de reclamações são as próprias empresas que fazem esse tipo de negócio.

“As instituições financeiras muitas vezes oferecem empréstimos sem levar em conta a capacidade dos contratantes em honrar suas dívidas. Trata-se de uma atitude irresponsável que leva inúmeras pessoas ao desespero”, afirma.

Completam o “Top 10” de reclamações mais frequentes do consumidores eletrodomésticos e eletroeletrônicos, os aparelhos telefônicos, os estabelecimentos de ensino, as TVs por assinatura, móveis, armários e cozinhas planejadas e os financiamentos de veículos.

Cobranças indevidas

Os dados relacionados às cobranças indevidas, especialmente no setor de telecomunicações, também chamam a atenção. O levantamento aponta que, no ano passado, 58% das reclamações contra esse segmento diziam respeito a valores não reconhecidos pelos consumidores. No caso dos combos, o número passa de 61%.

Cliente de uma companhia de TV por assinatura há vários anos, o advogado Eduardo de Carvalho afirma que vem sofrendo um desgaste com a empresa desde que mudou de apartamento, há três meses.

“A empresa de TV por assinatura está me cobrando mais do que o acordado. Contratei um plano por um valor x e eles estão me cobrando um preço bem maior”, lamenta. O advogado afirma que anteriormente nunca havia tido problema com a empresa, mas que em função da situação atual não descarta entrar com uma ação processual.

“O prejuízo não é tão grande ainda, cerca de R$75 nesse período, mas como a cobrança persiste, estou só separando a documentação para entrar com a restituição de indébito”, diz.

Em relação a solução para os conflitos, o Procon afirma que, em 2017, 87% das questões foram solucionadas por meio de acordos.

  

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