(Tião Mourão/ Arquivo Hoje em Dia)
O empresário mineiro Clemente Faria Neto, de 62 anos, morreu na tarde desta quinta-feira (12) depois que o táxi aéreo em que ele estava caiu na Ilha de Cataguases, em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. Além dele, o piloto da aeronave, Antônio Fernandes Neto, também morreu no acidente. As buscas pelo copiloto, identificado apenas com Hernandes, devem ser retomadas às 7 horas de sexta-feira (13). O empresário estaria seguindo para a cidade para passar as férias de julho.
O avião saiu do Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte, rumo à Angra dos Reis, por volta das 16 horas. Segundo a Defesa Civil do Rio, chovia bastante no momento em que a aeronave, o Embraer Xingu, prefixo PT-MAD, caiu no mar, a 500 metros da costa.
As equipes de socorro utilizaram um helicóptero e duas lanchas para resgatar os corpos. Além dos bombeiros, o Grupamento de Busca e Salvamento (GBS), a Defesa Civil e a Capitania dos Portos de Angra dos Reis auxiliaram nas buscas às vítimas e à aeronave, que está submersa. A mulher do empresário, que já estava na cidade, reconheceu oficialmente o corpo do marido no Instituto Médico-Legal (IML) do município.
Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), técnicos do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aéreos seguem para o local para investigar as causas do acidente.
Em entrevista ao jornal O Globo, o comandante Moisés Menna, informou que a região onde o avião caiu é sujeita a turbulências, provocadas por ventos que vêm de várias direções. Menna explicou que a região é muito perigosa para pequenas aeronaves e acredita que o piloto tenha sido surpreendido por uma forte rajada de vento que não foi prevista pelo radar meteorológico do bimotor.
O empresário
Clemente Faria Neto era um dos empresários mais bem sucedidos de Minas Gerais. Dividia com o irmão, Gilberto de Andrade Faria Junior, a direção de um grupo empresarial que reunia cerca de 20 empresas, entre elas a Minasmáquinas, revendedora de caminhões, máquinas pesadas e automóveis de luxo da marca Mercedes-Benz, e das rádios Alvorada, em Belo Horizonte, Sulamérica Paradiso, do Rio, e Jovem Pan, de Santos.
O empresário nasceu em uma tradicional e rica família mineira. Era neto do banqueiro Clemente Faria, nascido em Pedra Azul, e fundador do Banco da Lavoura, que chegou a ser o maior da América Latina. O banco foi dividido entre os dois filhos do patriarca: Aloísio, que criou o Banco Real, mais tarde vendido para o holandês ABN Amro (hoje Santander), e chegou a figurar no ranking da revista norte-americana Forbes das maiores fortunas do mundo; e Gilberto Faria, pai de Clemente, que ficou com o Banco Bandeirantes.
O empresário era casado com Vitória Alvim de Faria e deixa três filhos - Clemente Jr., Natália e Luiza. Ele havia sido casado com a empresária Ângela Gutierrez, com quem teve uma filha - Ana.