Empresários lançam bebidas no Carnaval para ganhar dinheiro o ano todo

Rafaela Matias
27/02/2019 às 19:08.
Atualizado em 05/09/2021 às 16:45
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

Na carona do maior Carnaval da história de Belo Horizonte, que deve reunir 4,6 milhões de pessoas, empreendedores do ramo de bebidas apostam na criação de novos sabores e investem em produtos para matar a sede etílica dos foliões que vão invadir as ruas da capital. 

O objetivo é virar febre durante a Festa de Momo para tornar a marca conhecida e lucrar ao longo do ano. Algumas inspirações para os novatos são as veteranas Catuaba, Catuçaí e Xeque Mate, que encheram os bolsos dos criadores em carnavais anteriores.

Uma das promessas para a folia de 2019 é a bebida Bacananinha, mistura de cachaça, banana e tamarindo, que acaba de ser lançada pelo empresário Pedro Frota. À frente do escritório de design Destileria de Ideias, ele teve o insight no final do ano passado, em conjunto com o sócio Francisco Vianna, para dar destino à cachaça produzida por um cliente, o Alambique Cobiçada. 

“Conversamos sobre a dificuldade de dar vazão ao produto, que é de ótima qualidade mas tinha problemas de distribuição. Por isso, pensamos em lançar uma bebida para o Carnaval e aproveitar a multidão nas ruas”, diz Pedro. 

Com o cronograma apertado, o grupo criou o nome e a identidade visual do produto ao mesmo tempo em que trabalhava a fórmula. “Reduzimos bastante a quantidade de açúcar e equilibramos o teor alcoólico para algo mais próximo das bebidas que foram abraçadas pelo público nos carnavais passados, como Catuabas, Ice e Skol Beats”, explica Francisco. 

Garrafinhas

As garrafinhas de 400 ml da Bacananinha saem a R$ 10. O plano inicial era produzir 8 mil litros do produto, mas a demanda surpreendeu e os sócios já dobraram a compra de insumos. O investimento não foi revelado. 

Outro empresário que está de olho nos lucros do Carnaval 2019 é Vinícius Dantas, proprietário da padaria Ping Pão, no Dona Clara, região da Pampulha. Pensando nos foliões que passarão na porta do estabelecimento com o bloco Tchanzinho Zona Norte, na próxima sexta-feira, ele lançou a cerveja Receita da Casa. 

A ideia é apresentar o sabor ao maior número possível de pessoas para garantir as vendas nos outros meses do ano. “Teremos outros cinco blocos no Jaraguá. Muitos foliões passarão por aqui. Esperamos vender pelo menos 10 mil garrafas durante os dias de festa”, diz. Cada uma sai a R$ 7,90, com 600 ml. Fred Marinho/ClickBH/Divulgação 

Empresa Stylo lançou drink em homenagem ao hit “O nome dela é Jennifer”

Jonathan Braga, sócio-proprietário da empresa Stylo, de coquetéis para eventos, vai apostar em drinks temáticos para aumentar as vendas no reinado de Momo. Junto com os sócios, ele desenvolveu quatro sabores à base de vodka: dois em homenagem aos blocos Baianas Ozadas e Alô Abacaxi e dois em alusão aos hits “O nome dela é Jennifer” e “Piscininha, amor”. Os preços variam entre R$ 10 e R$ 15. O objetivo é vender 40 mil unidades. “Isso jogando para baixo, pois acreditamos que é possível vender ainda mais, já que a demanda é enorme e o valor está bem acessível”, acredita. 

Os sócios também apostam na bebida do momento, o gin, para duas opções de drinks mais requintados. “Teremos uma gin tônica com hortelã e a gin tropical, feita com energético”, diz Vinicius, que venderá as opções por R$ 25.

Xeque Mate e Catuçaí 

Quem já se deu bem no ano passado também pretende multiplicar os lucros em 2019. Pedro Carias, sócio-proprietário da bebida Xeque Mate, à base de rum e chá mate, viu o faturamento estourar no ano passado quando o drink virou febre. Neste ano, decidiu aumentar em sete vezes a produção.
“Em 2018, produzimos cerca de 4 mil litros. Agora, serão 28 mil”, diz ele. O faturamento é de R$ 14 por litro, o que possibilitará ganho de R$ 392 mil somente nos cinco dias de folia.

Para isso, os funcionários da fábrica, localizada no bairro João Pinheiro, estão trabalhando em turno estendido e também aos fins de semana. 
“Para alavancar ainda mais as vendas, lançamos a versão enlatada da bebida, que custará R$ 11. Também fechamos parceria com o supermercado Verdemar”, diz Pedro. 

No ano passado, o empresário Ítalo Duarte abasteceu o caixa graças à venda de Catuçaí, bebida à base de Catuaba e açaí. Proprietário de uma sorveteria no Salgado Filho, ele vendeu 2 mil garrafinhas, por R$ 5, e conseguiu gerar uma boa renda extra para a loja. 

Neste Carnaval, a expectativa é vender pelo menos 5 mil garrafinhas de 300 ml. “Tenho 600 unidades já prontas e estou produzindo mais para dar conta do volume de encomendas”, diz ele, que acredita que a bebida tenha virado a marca do Carnaval de BH. 

Para o ano que vem, o plano é profissionalizar ainda mais a produção. “Vou montar um food truck e vender nos blocos”, conta. 

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por