Ensino infantil em BH sobe quase o triplo da inflação

Paulo Henrique Lobato
18/11/2019 às 20:26.
Atualizado em 05/09/2021 às 22:43
 (Maurício Vieira/Hoje em Dia)

(Maurício Vieira/Hoje em Dia)

O reajuste médio das mensalidades e da matrícula para o berçário e o maternal nos jardins de infância em Belo Horizonte para o próximo ano ficará acima da inflação registrada em 2019. Dependendo da idade da criança, os pais vão ter que bancar um aumento quase três vezes maior que o percentual do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e que mede a inflação oficial do país.

O IPCA deverá fechar este ano com avanço de 3,33%, conforme o Boletim Focus divulgado ontem pelo Banco Central. O documento, publicado toda segunda-feira, torna pública uma sondagem da instituição junto aos maiores economistas como forma de a população observar a estimativa sobre o vaivém de indicadores econômicos.

No caso do índice para o acumulado de janeiro a dezembro, o percentual estimado ficará abaixo dos reajustes apurados em escolas particulares da capital para o próximo ano numa pesquisa também divulgada ontem e elaborada pelo site Mercado Mineiro.

“Para se ter ideia, numa comparação entre 2019 e 2020, a matrícula terá um aumento (médio) de 5%, de R$ 603,46 para R$ 633,62. Já as mensalidades do maternal no horário da tarde aumentaram até 9,2%, de R$946,89 para R$1.034,03”, informou Feliciano Abreu, diretor-executivo da plataforma on-line.
O reajuste médio para o turno da manhã será de 8,9%. Passará de R$993,19 para R$1.082,21.

“O valor da mensalidade do período integral, que em 2019 foi em média R$ de 1.564,57, aumentou 6%. Dessa forma, será de R$ 1.659,19 em 2020”, acrescentou Feliciano.

Apesar dos acréscimos, os reajustes serão inferiores aos praticados de 2018 para 2019, que chegou a dois dígitos em alguns casos. O do horário integral, por exemplo, havia sido de 16,4%. 

A pesquisa mostrou que os preços praticados pelos jardins de infância na metrópole oscilam muito, levando-se em conta a região, os serviços oferecidos e a qualidade da educação.

No maternal, por exemplo, o Mercado Mineiro encontrou uma escolinha que oferece o serviço para o período integral por R$ 450. Em outra, R$ 3.050,00. A diferença foi de 577%.

Procurado, o Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep-MG) não comentou a pesquisa do Mercado Mineiro até o fechamento desta edição.

A proprietária de um jardim de infância na capital, cuja escolinha foi fundada há quase meio século e que pediu para não ser identificada, observou ser impossível fugir do reajuste por uma série de fatores.

“Não tem como, pois há o aumento dos salários dos professores e das demais categorias de funcionários. Ainda há luz, água, telefone, material. No nosso caso, oferecemos balé, capoeira, música, inglês, informática, psicóloga e seguro escolar incluído. Tudo isso também subiu”, justificou a empresária, que elevou o valor da mensalidade, em média, em 6%.
 

  

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