Escassez de mão de obra leva startups mineiras a importarem profissionais

Bernardo Almeida
bpereira@hojeemdia.com.br
02/02/2020 às 16:09.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:30
 (PiaR Comunicação / Divulgação)

(PiaR Comunicação / Divulgação)

Minas Gerais vem sofrendo com a falta de mão de obra qualificada no setor de tecnologia, déficit que afeta principalmente as startups, que estão tendo que buscar profissionais de outras regiões do país. Atualmente, o Estado conta com o segundo maior número de empresas desse setor no Brasil – são 1.094.

É o caso da Sólides, startup belo-horizontina que trabalha com software de recursos humanos, e precisa recorrer a profissionais de outros estados para suprir a demanda. Mesma situação da Qranio, responsável por desenvolver softwares para dispositivos móveis e torná-los monetizáveis. “O problema hoje é formação técnica. Temos que começar a incentivar mais as pessoas a desenvolverem senso de trabalho, e ninguém quer se envolver com matemática, física, isso está prejudicando setores técnicos. Programação causa medo maior nas pessoas, mais até que engenharia, sendo que não é mais complicada”, diz Samir Iásbeck, CEO e um dos co-fundadores da Qranio, nascida em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira.Editoria de Arte

 No ano passado, a empresa teve um crescimento de 300% no faturamento e espera duplicar o número de funcionários ao longo deste ano. “Hoje o mercado de tecnologia está em alta, com muitas startups. Procuramos vagas muito específicas e não encontramos profissionais qualificados”, concorda Marina Mendes, Head de pessoas e cultura da Samba Tech, startup da capital mineira que disponibiliza uma plataforma para compartilhamento de vídeos, recurso utilizado principalmente para ministrar aulas on-line.

“Nosso prazo médio para fechar uma vaga de desenvolvedor é de dois meses. Ano passado, tivemos uma vaga que ficou aberta por um ano, então trabalhamos muito na retenção dos nosso colaboradores”, conclui Marina Mendes. Economista e professor da UFMG, Mário Rodarte destaca as perspectivas otimistas para toda a área de tecnologia, mas alerta para a possibilidade de a ausência de mão de obra se agravar. “É um mercado muito promissor, com setor de tecnologia ligado à chamada industrialização 4.0, que torna alguns empregos obsoletos, mas gera muitos outros. Só o que me preocupa na atual conjuntura é a retração de investimento público em educação, que é o que determina a saúde desse setor”.PiaR Comunicação / Divulgação

Head de pessoas e cultura da Samba Tech

Dicas

Os responsáveis pelas empresas oferecem sugestões distintas para atender ao que o mercado das startups pede em Minas, especialmente levando em conta a faixa etária mais baixa, pela intimidade dos jovens com as novidades do mundo digital. “É uma área que tende a empregar muitos recém-graduados. Tentamos mesclar com algum funcionário sênior, que já passou por vários abacaxis na vida e sabe lidar com dificuldades”, destaca Marcelo Ribas, executivo da Intergado.

A empresa nasceu em Contagem e desenvolve soluções para o setor agropecuário. Atualmente com sede em Betim, a Intergado registrou crescimento no faturamento bruto de 38% no ano passado. Ele recomenda cursos de otimização de trabalho, como desenvolvimento de agilidades, além de investir em estágios para se familiarizar com o dia a dia da empresa.

Mesma linha de argumento tem Marina Mendes, que defende um estreitamento de laços das faculdades com as startups. Ela aconselha também os interessados nas vagas a participarem de eventos das startups (meetups) para aprenderem sobre o ambiente.

Levantamento da rede social LinkedIn mostra que a tecnologia está presente em nove das 15 profissões mapeadas como emergentes no Brasil para 2020.

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