Especialistas dizem que testes de detecção de câncer de ovário são inúteis

AFP
11/09/2012 às 15:31.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:11

  WASHINGTON - Os testes recomendados para detectar um câncer de ovário em mulheres com boa saúde são inúteis e, no geral, prejudiciais, concluiu um grupo federal de cancerologistas americanos.   Estes exames, que consistem na análise do sangue para detectar a substância e os marcadores biológicos vinculados ao câncer e em uma ultrassonografia de ovários, não permitem reduzir a mortalidade, segundo um grupo de trabalho do serviço de prevenção americana, o US Preventive Service Task Force.   Além disso, estes procedimentos produzem muitos falsos positivos, que levam a intervenções cirúrgicas sem necessidade e com uma elevada taxa de complicações. "Não existe um método eficaz de detecção do câncer de ovário que permita reduzir a mortalidade", afirma Virginia Moyer, presidente deste grupo de trabalho.   O grupo afirma que não há testes de rotina recomendados para mulheres que não apresentem sintomas de câncer de ovário e que não portam mutações genéticas como as encontradas nos genes BRCA1 e BRCA2, que aumentam o risco de sofrer a doença.   Outras associações médicas americanas já realizaram recomendações similares à do grupo federal, como Associação Americana Contra o Câncer (American Cancer Society) ou o grupo de ginecologistas americanos, o American Congress of Obstetricians and Gynecologists.   O grupo de trabalho do serviço de prevenção americano, formado por médicos especialistas independentes e nomeados pelo governo federal, já havia anunciado a inutilidade de um teste de detecção do câncer de próstata conhecido como PSA e da mamografia de rotina para mulheres com menos de 50 anos.   Enquanto existe um consenso na comunidade médica no que se refere às recomendações dos testes de detecção do câncer de ovário, não acontece a mesma coisa no que se refere aos testes de próstata e mamografias que são alvo de grandes controvérsias entre os especialistas.   O câncer de ovário é bem raro, e são registrados 22.200 novos casos e 15.500 mortes por ano nos Estados Unidos.

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