
O Ministério Público fez uma operação nesta quinta-feira (4) para desmontar um esquema de sonegação fiscal que teria deixado de pagar R$ 800 milhões em impostos. Segundo as investigações, os empresários suspeitos de envolvimento no arranjo teriam construído, recentemente, um shopping em Juiz de Fora, na região da Zona da Mata.
De acordo com o promotor Fábio Nazareth, o caso começou a ser investigado em 2007, quando a Secretaria de Fazenda constatou a sonegação fiscal por parte de um grupo econômico da cidade mineira. Os suspeitos teriam uma dívida de R$ 300 milhões com o Estado e outros R$ 500 milhões com a União.
Conforme o MPMG, apesar das dívidas com o Estado e a União, o patrimônio dos suspeitos, que seriam da família, teria aumentado bastante nos últimos anos, com a aquisição de diversos imóveis na cidade, inclusive com a construção do mall. "A suspeita é de que os sócios tenham desviado os recursos financeiros obtidos com a sonegação para a aquisição de imóveis e construção do shopping, o que caracterizaria o crime de lavagem de dinheiro", declarou o órgão.
Operação
Para desmanchar o esquema criminoso, uma força-tarefa composta pelo MPMG, Polícia Civil, Secretaria de Estado de Fazenda e Advocacia-Geral do Estado realizaram, nesta manhã, a "Operação Papel de Família". No total foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão em indústrias, escritórios e residências de Juiz de Fora e Sapucaia.
Segundo o promotor Nazaret, foram apreendidos R$ 10 mil, € 12 mil, além de US$ 10 mil. Todo o dinheiro está à disposição da Justiça. A operação, batizada de "Papel de Família", foi realizada para "angariar provas de lavagem de dinheiro, identificar o patrimônio que teria sido adquirido com a sonegação fiscal e responsabilizar o grupo", declarou o promotor.
O MPMG informou que pediu na Justiça a prisão de dois empresários e de um contador, mas a Justiça negou alegando os suspeitos não colocavam em risco a ordem pública.