O secretário adjunto de Administração Prisional (Seap) de Minas, Robson Lucas da Silva, descartou qualquer ligação entre o motim na Penitenciária Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, e faccões nacionais que têm comandado rebelições e massacres nos presídios do país, como o Comando Vermelho, PCC e Família do Norte. Nove pessoas ficaram feridas sem gravidade durante o motim encerrado na madrugada desta terça-feira (17), sendo 8 presos e um agente penitenciário. Os detentos que lideraram o movimento estão sendo transferidos para outros presídios de Estado, dentre eles a Penitenciária Nelson Hungria.
"O serviço de inteligência do Estado tem feito um monitoramento intenso. Não foi identificada nenhuma vinculação com facções conhecidas. Houve, sim, uma insatisfação com o recrudescimento dos procedimentos de segurança e a supressão de regalias. A partir disso veio a rebelião", disse Silva, destacando que o diretor Rodrigo Machado, alvo de denúncias de maus tratos dos presos, permanece no cargo. "É um profissional respeitado e depositamos nele toda a confiança para que se estabeleçam os procedimentos que deixaram de ser observados na unidade. Em momento algum houve agressão ou qualquer situação que pudesse provocar constrangimento aos detentos", garantiu.
O motim começou na noite de segunda-feira (16) no pavilhão 4 e se estendeu por outros dois pavilhões, cada um com 372 presos. Os detentos quebraram parte das estruturas e atearam fogo em colchões. Detentos alegaram pressão psicológica, falta de atendimento médico, assédio contra familiares e pediram a substituição do diretor Rodrigo Machado. A rebelião foi controlada ainda na madrugada desta terça-feira por agentes prisionais. Nos pavilhões danificados, muita sujeira e paredes quebradas.
O secretário, no entanto, confirmou a superlotação, lembrando que trata-se de um problema nacional. Com capacidade para 1.163 presos, a Dutra tem hoje 2.109 detentos. "Infelizmente, o problema subsiste, apesar de todo o esforço para a gestão de vagas", afirmou.
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