Etanol sobe no rastro da gasolina, mas já é competitivo

Bruno Porto - Hoje em Dia
03/02/2015 às 09:12.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:53
 (Carlos Rhienck)

(Carlos Rhienck)

O aumento de impostos anunciado pelo Ministério da Fazenda acarretou uma alta de R$ 0,22 por litro de gasolina nas refinarias em todo o país, mas os postos em Belo Horizonte chegaram a praticar reajustes de até R$ 0,45 por litro, conforme constatado pelo Hoje em Dia. No caso do etanol, que não teve aumento da tributação, houve alta de até R$ 0,40 por litro.
As revendas alegam que o preço mais alto tanto para o derivado do petróleo como para o da cana é resultado do reajuste praticado pelas distribuidoras, mas o tamanho do repasse variou de um posto para outro – de R$ 0,20 até R$ 0,45 por litro de gasolina, e de zero até R$ 0,40 para o etanol.
O aumento da incidência de PIS/Cofins sobre a gasolina entrou em vigor no último domingo (1º de fevereiro), quando os postos começaram a corrigir seus preços. “O preço na bomba aumentou porque compramos mais caro, tanto gasolina como etanol. A distribuidora cobra, a gente paga e repassa”, disse o gerente do Posto Tocantins, na avenida do Contorno, no bairro Floresta, Osvaldo César. O preço do litro de gasolina no posto, atendido pela Petrobras Distribuidora, ficou R$ 0,25 mais caro. O etanol teve alta de R$ 0,10 por litro.
A maior alta constada pelo Hoje em Dia para a gasolina e para o etanol foi no posto Almada e Cia, na rua Jacuí, no bairro Ipiranga. A gasolina sofreu aumento de R$ 0,45 por litro e o etanol, de R$ 0,40. “A gasolina chegou aqui 25 centavos mais cara, o chefe fez os cálculos dele e chegou a esse preço”, disse Amauri Moreira, que se apresentou como o responsável pelo posto na ausência do proprietário. Ele não soube explicar o que motivou o reajuste no etanol. O proprietário não foi localizado.
Competitivo
Em alguns pontos de venda o etanol ganhou competitividade frente à gasolina. Ou seja, ficou com preço de até 70% o do derivado do petróleo. Um desses casos é no Posto Diferencial, na avenida do Contorno, no bairro Santa Efigênia, onde a gasolina, após reajuste de R$ 0,30, passou a custar R$ 3,19, enquanto o etanol, que teve alta de R$ 0,10, passou a ser vendido a R$ 2,19 por litro. A relação ficou em 68,6%.
“A gente até esquece do etanol porque é raro valer a pena. Mas quando cheguei para abastecer percebi uma diferença grande de preço e optei pelo álcool. É bom ficar atento a isso porque no final é uma economia considerável”, afirmou o consumidor Geraldo Paulino Dias Melo.
O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (Minaspetro) informou, em nota, que “o preço no mercado de combustíveis é livre e que não pode mensurar o impacto do reajuste para o consumidor final, tendo em vista que cada distribuidora e cada posto tem o livre arbítrio para determinar os seus preços”.
Novas medidas já anunciadas ainda vão assegurar maior competitividade ao etanol. A partir de março começará a vigorar em Minas Gerais a nova tabela do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) para o etanol, com redução da tributação de 19% para 14%.
De acordo com informações da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), o impacto será de redução do preço do álcool de R$ 0,12 por litro.

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