Ex-arcebispo do Vaticano acusado de pedofilia morreu de ataque cardíaco

Folhapress
29/08/2015 às 13:04.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:33

SÃO PAULO - O polonês Jozef Wesolowski, ex-núncio da República Dominicana e que seria julgado por pedofilia e posse de material pornográfico, morreu por um "evento cardíaco", segundo os primeiros resultados da autópsia, divulgados pelo Vaticano.

A análise foi ordenada pelo promotor do Vaticano, Gian Piero Milano, que nomeou uma comissão de três peritos. Nos próximos dias, o promotor receberá novos resultados de laboratório.

Excomungado em junho de 2014, Wesolowski se tornou a primeira autoridade de alto escalão a ser detida no Vaticano sob acusações de pedofilia.

Há suspeita de que ele cometeu abusos contra menores de idade durante sua estadia na República Dominicana.

O núncio é responsável pelas relações diplomáticas entre o Vaticano e o país para onde foi designado, como se fosse um embaixador.

Ele foi encontrado morto às 5h de sexta (28), sentado em uma poltrona e com a televisão ligada em sua residência no Vaticano. No breve comunicado que informou a morte, o Vaticano tinha afirmado que "as primeiras verificações indicaram uma morte por causas naturais".

Wesolowski não se apresentou ao julgamento no Vaticano em 11 de julho por questões de saúde. Seu advogado apresentou um documento que confirmava que ele tinha sido internado na noite anterior em um hospital romano. Sua hospitalização foi necessária por uma grave queda de pressão.

A primeira audiência durou apenas alguns minutos e foi adiada pela ausência do réu. O tribunal, por decisão papal, era formado por três laicos: o presidente Giuseppe Gadanha Torre e os juízes Antonio Bonnet e Paolo Papanti-Pellettier.

O Vaticano destinou uma capela para realizar na próxima segunda-feira o funeral de Wesolowski, A cerimônia será aberta ao público.

O corpo do ex-núncio, que tinha sido expulso pela Igreja Católica devido às graves acusações, será levado à Polônia na próxima terça-feira.

A denúncia de Wesolowski é representativa da política estimulada pelo papa Francisco de combate a crimes de pedofilia cometidos por membros da Igreja Católica.
Em junho, foi anunciada a criação de uma corte exclusiva para julgar bispos acusados de negligência em relação a casos de abuso sexual.

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