Ex-comandante-geral da PM ligado a Pimentel é alvo de operação da PF em BH

Renata Evangelista e Gledson Leão
portal@hojeemdia.com.br
24/06/2020 às 09:49.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:51
 (Divulgação)

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A residência onde mora o ex-comandante-geral da Polícia Militar, o coronel reformado Helbert Figueiró de Lourdes, no bairro Santo Agostinho, região Centro-Sul de Belo Horizonte, foi alvo de uma ação da Polícia Federal na manhã desta quarta-feira (24).

De acordo com a PF, a operação Hangar investiga obstrução de Justiça no âmbito da Acrônimo, que tem Fernando Pimentel como alvo. Figueiró é suspeito de monitorar ações da Polícia Federal na capital e repassar ao ex-governador do Estado. Por isso, segundo a PF, a 11ª Vara da Justiça Federal expediu mandados de busca e a apreensão, que foram cumpridos nesta manhã.

Na casa do militar reformado, que ocupou o cargo máximo da PM durante a gestão de Pimentel, os agentes federais apreenderam três celulares e um computador. 

O caso de obstrução começou a ser apurado em abril deste ano e, se condenados, os investigados poderão cumprir até 8 anos de prisão.

A Polícia Militar confirmou que a casa do ex-comandante da corporação foi alvo da operação nesta manhã, mas que não foi comunicada oficialmente pela PF sobre o fato. Já o advogado Eugênio Pacelli, que representa Fernando Pimentel, foi procurado pela reportagem, mas não atendeu às ligações para se manifestar sobre o caso. A defesa de Figueiró também foi procurada, mas ainda não se manifestou.

Histórico

Pimentel, que ocupou o cargo de ministro entre 1º de janeiro de 2011 e 12 de fevereiro de 2014, durante o governo de Dilma Rousseff (PT), é suspeito de receber R$ 4,2 milhões em recursos para campanha ao Palácio da Liberdade em 2014, quando foi eleito governador de Minas.

A primeira fase da Operação Acrônimo foi deflagrada em maio de 2015. Ao longo das investigações, foram apreendidas notas fiscais no valor total de R$ 362 mil que teriam sido emitidas para produção de 34 milhões de santinhos para a campanha de Pimentel ao governo de Minas em 2014. No cruzamento de informações ficou constatado que o valor não estava declarado na campanha do candidato, comitê central ou comitê financeiro único, configurando caixa dois.

O empresário Benedito Rodrigues de Oliveira, o Bené, é apontado como proprietário de gráfica que teria prestado serviço para a campanha de Pimentel. O Ministério Público Eleitoral, apontou ainda que a empresa Vox Populi, de pesquisas, teria sido usada para receber recursos de caixa dois da campanha do petista ao governo de Minas. 

Em desdobramento da Acrônimo, Pimentel também foi investigado por falsidade eleitoral e lavagem de dinheiro. Conforme a PF, empresas de consultoria, mediante a simulação de prestação de serviços, teriam sido usadas para o recebimento de vantagens ilícitas em valor superior a R$ 3 milhões. 

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