Ex-jogador da seleção e do Cruzeiro é flagrado pela PF em esquema de fraude de loterias

Folhapress
10/09/2015 às 12:49.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:42
 (Humberto Nicoline / Arquivo Hoje em Dia)

(Humberto Nicoline / Arquivo Hoje em Dia)

A Polícia Federal deflagrou uma operação nesta quinta-feira (10) para desarticular uma quadrilha especializada em falsificar bilhetes de loteria premiados. Em um ano de investigação, a PF identificou prejuízos de pelo  menos R$ 60 milhões.

Estão sendo cumpridos 54 mandados judiciais: cinco de prisão preventiva, oito de prisão temporária, 22 de condução coercitiva e 19 de busca e apreensão em Goiás, na Bahia, em São Paulo, Sergipe, Paraná e no Distrito Federal.

Um dos mandados de busca está ocorrendo na casa de um ex-jogador da seleção brasileira de futebol, cujo nome não foi divulgado.

A reportagem apurou que o ex-atleta em questão é Edilson, o Capetinha. Atacante, ele jogou em clubes como Cruzeiro, Flamengo, Palmeiras e Corinthians, por onde foi campeão mundial em 2000.

Edilson estava no elenco da seleção brasileira pentacampeã mundial, em 2002, na Copa da Coreia e do Japão. O ex-jogador foi preso no ano passado por não pagamento de pensão alimentícia. Pagou o que devia e acabou sendo solto dias depois.

OPERAÇÃO
O esquema contava com a participação de clientes e gerentes da Caixa Econômica Federal, banco alvo da quadrilha. Os criminosos mapeavam quais premiações não foram pagas aos verdadeiros ganhadores, que não foram sacá-los.

Esses valores, não retirados, abastecem o Fies (Fundo de Financiamento Estudantil). Só no ano passado, ganhadores de loterias deixaram de resgatar R$ 270,5 milhões da Mega-Sena, Loteca, Lotofácil, Lotogol, Quina, Lotomania, Dupla-Sena e Timemania.

Correntistas que mantinham grandes quantias no banco cooptavam os gerentes para convencê-los a participar do golpe. Eles tinham que liberar o dinheiro dos prêmios a pessoas indicadas pela quadrilha, que apresentavam o bilhete premiado falso.

Durante a investigação, a PF identificou a atuação de um doleiro no esquema. Ainda de acordo com a Polícia, a organização criminosa praticava outros delitos, como fraude na utilização de financiamentos do BNDES e do Construcard.

A "Operação Desventura", como foi batizada, contou com informações passadas pelo Setor de Segurança Bancária Nacional da Caixa.

Os suspeitos vão responder por estelionato qualificado, tráfico de influência, corrupção ativa e passiva, falsificação de documentos públicos e evasão de divisas.

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