Ex-prefeito de Unaí é condenado a 100 anos por morte de fiscais do trabalho

Alessandra Mendes - Hoje em Dia
05/11/2015 às 23:04.
Atualizado em 17/11/2021 às 02:21
 (Eugênio Moraes / Arquivo Hoje em Dia)

(Eugênio Moraes / Arquivo Hoje em Dia)

O fazendeiro Antério Mânica, que foi prefeito de Unaí por dois mandatos, foi condenado nesta quinta-feira (5) a 100 anos de prisão pelo assassinato de quatro servidores do Ministério do Trabalho e Emprego, em 2004.

Apesar de negar o crime, ele foi considerado culpado de ser o mandante das mortes por quatro votos a três dos jurados.  O fazendeiro vai poder recorrer da sentença em liberdade, como prevê a lei.

Antério Mânica não ficou no plenário para ouvir a sentença, que causou desapontamento a seus irmãos e filho, que acompanharam o julgamento na Justiça Federal. A defesa vai recorrer da decisão no Tribunal Regional Federal, em Brasília.

"Vamos alegar nulidade porque o juiz pediu que os quesitos de uma das vítimas fosse votado novamente. Ele havia sido absolvido, mas terminou condenado", afirmou o advogado Marcelo Leonardo.

A sentença foi comemorada por familiares das vítimas, que acompanharam os dois dias de julgamento. "Estou aliviada. A dor continua, meu marido não volta, mas estou aliviada", desabafou Marines Lima, viúva do fiscal Eratóstenes Gonçalves.

Para a procuradoria federal, o resultado refletiu o que as provas já mostravam. "Embora algumas pessoas duvidassem, eu sempre tive convicção da culpa de Antério, que foi condenado merecidamente", avaliou a procuradora Mirian Lima.

Na próxima terça-feira (10) será julgado o último Rei da Chacina de Unai. Hugo Alves Pimenta, delator do caso, teria intermediado a relação entre mandantes e executores do crime.

Para entender

Em 28 de janeiro de 2004, os auditores fiscais Eratóstenes de Almeida Gonçalves, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva, e o motorista Ailton Pereira de Oliveira caíram em uma emboscada na área rural de Unaí, no Norte de Minas, a 160 Km de Brasília.

Foram mortos com tiros à queima-roupa no rosto e na cabeça. Desde então, os familiares deles lutavam por Justiça e contra os sucessivos recursos apresentados pelos advogados defesa. Em um dos embates, o MPF recorreu para que o julgamento fosse realizado em BH, e não em Unaí.

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