Ex-secretário-adjunto de Anastasia, Pedro Meneguetti presta depoimento na PF

Lucas Simões
11/12/2018 às 16:57.
Atualizado em 05/09/2021 às 15:30
 (Maurício Vieira/Hoje em Dia)

(Maurício Vieira/Hoje em Dia)

O ex-secretário-adjunto da Fazenda no governo Antonio Anastasia (PSDB) Pedro Meneguetti compareceu à sede da Polícia Federal (PF), no bairro Gutierrez, região Oeste de BH, na tarde desta terça-feira (11), para prestar depoimento no âmbito da Operação Ross. A investigação apura suposto esquema de corrupção do senador e deputado federal eleito, Aécio Neves (PSDB), que teria recebido R$ 110 milhões ilegalmente.

Meneguetti chegou à PF acompanhado de seu advogado, mas não quis falar com a imprensa. Atualmente ele ocupa o cargo de diretor-presidente da PBH Ativos.

Segundo o inquérito da PF, enquanto Meneguetti foi secretário-adjunto da Fazenda na gestão Anastasia, entre 2010 e 2014, a pasta teria atuado para "restituição de créditos fiscais de ICMS em benefício do grupo empresarial (J&F)". As restituições teriam sido da ordem de R$ 24 milhões, sendo R$ 12,6 milhões relacionados à JBS/AS Couros e R$ 11,5 milhões relativos à empresa Dagranja (Seara), ambas pertencentes à J&F, de acordo com a investigação.

Conforme a PF, o senador Antonio Anastasia teria recebido R$ 2 milhões para atuar no suposto esquema de restituição de ICMS, em benefício da J&F. Apesar disso, o senador não foi intimado pela PF a depor. O suposto esquema seria uma contrapartida em troca das eventuais propinas solicitadas por Aécio Neves à J&F e que ultrapassaram a quantia de R$ 100 milhões, segundo a investigação policial.

A assessoria de imprensa do senador tucano informou, por meio de nota, que  "Antonio Anastasia desconhece totalmente o motivo pelo qual teve seu nome envolvido nessa história" e que "em toda sua trajetória, ele nunca tratou de qualquer assunto ilícito com ninguém".

Anastasia chegou a concorrer ao governo de Minas Gerais nestas eleições, mas acabou derrotado no segundo turno pelo empresário Romeu Zema (Novo). O parlamentar, porém, tem mais quatro anos de mandato no Senado. 

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