BRASÍLIA - Documentos da mais recente etapa da operação "Lava Jato", que na sexta-feira (19) levou à prisão executivos das empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez, citam propina de R$ 8,7 milhões em 2010 à campanha à reeleição do então governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB-PE), morto em acidente aéreo há um ano.
A informação consta de depoimento do executivo Dalton Avancini, da Camargo Corrêa, que virou delator do esquema de corrupção na Petrobras. Segundo ele, o dinheiro saiu do caixa da empreiteira por meio de "contrato fictício" para obras de terraplanagem na refinaria Abreu e Lima, uma das maiores obras da estatal, em Pernambuco.
Em nota divulgada em março, quando veio a público pela primeira vez uma declaração do doleiro Alberto Youssef sobre o pagamento de propina para Eduardo Campos, a família do governador divulgou nota em que rebateu "a tentativa de envolver uma pessoa que não está mais aqui para se defender".
A nota da família de Campos afirmou ainda que a refinaria foi construída "com contratos feitos pela diretoria da empresa (Petrobras), sem conexão alguma com o governo de Pernambuco".