Existem alternativas para quem não conseguiu o Fies

Raul Mariano - Hoje em Dia
03/01/2016 às 08:48.
Atualizado em 16/11/2021 às 00:52

Estudantes que vão iniciar a jornada acadêmica em instituições privadas de ensino e não conseguiram crédito por meio do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) ainda podem garantir o sonho da formação superior. O mercado oferece várias alternativas, mas especialistas alertam que é preciso estar atento para os juros cobrados em cada situação.

Depois do Fies, que é mantido pelo Ministério da Educação e possui a menor taxa de juros no segmento, o Pra Valer é um dos programas mais utilizados no país. Gerido pela empresa Ideal Invest, o financiamento já conta com cerca de 2,5 milhões de estudantes em todo Brasil – 15 mil em Minas – e tem parcerias com mais de 200 instituições de ensino no país.

Os juros cobrados pelo Pra Valer variam entre 0% e 2,19%, dependendo de quanto é subsidiado pela instituição de ensino. Nos casos em que a faculdade banca integralmente os juros, o aluno paga juro zero, conforme explica o diretor da Ideal Invest, Rafael Baddini.

“Os juros médios são de 1,35% ao mês. Uma grande diferença é que o Pra Valer fica aberto o ano todo. A qualquer momento do ano o aluno pode pleitear e saber, em instantes, se teve o crédito aprovado ou não”.

Outra possibilidade é a Fundacred, que oferece crédito à taxa média de juros de 0,35% ao mês (4,2% ao ano) e tem parcerias com cerca de 90 instituições particulares de ensino pelo país. No programa, a instituição de ensino conveniada deixa de receber uma parte do valor da mensalidade que o estudante pagará, com as devidas correções e a taxa administrativa da Fundacred, assim que concluir seu curso.

“Nossa meta é aumentar em 400% a quantidade de vagas em 2016. Estamos nos preparando para esse crescimento porque percebemos que o Fies, sozinho, não é sustentável”, explica o diretor-superintendente da Fundacred, Nivio Delgado.

Há ainda a possibilidade de adquirir crédito estudantil por intermédio dos bancos comerciais. O Bradesco, por exemplo, possui linhas para correntistas que estejam vinculados a universidades conveniadas com o banco. O aluno pode financiar até 100% dos custos de cada semestre, sendo que os juros variam de acordo com o convênio firmado entre o banco e a instituição de ensino. No entanto, o patamar mínimo é de 1,20% ao mês.

Cuidados

Em termos práticos, os financiamentos de caráter estudantil oferecidos pelos bancos ou outras empresas do setor são, basicamente, um empréstimo que o estudante terá que quitar depois de formado. Portanto, se os juros forem altos demais qualquer descuido pode causar grandes descontroles financeiros.

Especialistas explicam que, antes de adquirir qualquer tipo de financiamento, é importante tentar bolsa com a própria faculdade, cogitar uma parceria com a empresa que trabalha para que ela pague parte dos custos ou, ainda, cortar despesas consideradas supérfluas para aliviar o orçamento.

Novas exigências reduziram participantes do programa

Os cortes feitos no Fies abriram espaço para financiamentos alternativos. Isso aconteceu principalmente porque o MEC passou a distribuir as vagas exigindo nota mínima de 450 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio. Dessa forma, instituições com muitas vagas passaram a não alcançar o público qualificado o suficiente.

Outra alteração foi a limitação de renda. O público-alvo do programa foi redimensionado para alcançar os estudantes cuja renda familiar per capita seja de até 2,5 salários mínimos. Até o último ciclo, os financiamentos eram concedidos a estudantes com renda familiar mensal de até 20 salários mínimos.

Juros

A educadora financeira Odete Reis explica que o momento econômico de juros elevados torna a aquisição de crédito ainda mais delicada. Para ela, é importante que o aluno ou o fiador responsável tenham noção do custo final do financiamento.

"Muitas vezes esses empréstimos cobram juros sobre juros. Isso pode corroer o orçamento do tomador de crédito. Apenas em último caso os bancos são alternativas interessantes. Lembrando que é essencial comparar taxas, colocar tudo no papel”, orienta.

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