Depois de um ano de desempenho fraco, o comércio de Belo Horizonte se prepara um Natal modesto em 2014, com aumento entre 1,5% e 3% nas vendas em relação ao mesmo período do ano passado. Caso se confirme, o índice de crescimento será o menor registrado desde 2001, quando houve uma queda de 6,5% nas vendas. O faturamento deve girar entre R$ 3,15 bilhões e R$ 3,19 bilhões.

Nos shoppings, o cenário é mais otimista. A Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) estima uma alta de 8,5% nas vendas dentro dos malls. Em 2013 o setor faturou R$ 129,9 bilhões.

De olho no crescimento da receita na grande data do varejo, os shopping centers de Belo Horizonte investirão pelo menos R$ 8,7 milhões para atrair o público e elevar as vendas.

Apenas o BH Shopping, o maior da capital mineira, irá investir R$ 2,6 milhões na decoração de Natal e promoções de fim de ano. A expectativa é de crescimento de 11% nas vendas. O Pátio Savassi e o Diamond Mall, investiram R$ 1,3 milhão e R$ 1,5 milhão, respectivamente.

Com o mesmo investimento do Diamond, o Shopping Cidade, que fica na região central de Belo Horizonte, manteve o aporte feito no ano passado. Desta vez, o valor foi distribuído em outras ações além da decoração de natal, como explica a gerente de marketing do Shopping Cidade, Carolina Vaz. “Dessa vez foi investido mais em mídia do que em decoração”.

Ainda segundo Carolina Vaz, o Cidade tem uma vantagem em relação aos outros shoppings, pela localização e fluxo de clientes, para aumentar o faturamento.

“Estamos com a expectativa positiva. Temos um fluxo de 80 mil pessoas por por dia e no Natal chegamos a 130 mil ”, contabiliza.

O Minas Shopping divulgou investimento de R$ 800 mil para este Natal. O valor é 60% maior do que os R$ 500 mil gastos no ano passado. O Boulevard Shopping divulgou investimento de R$ 1 milhão.

Consumidor se rende ao apelo da data

Entre os fatores que podem contribuir positivamente para a expansão da receita do varejo na reta final de 2014 está o pagamento do 13º salário, a partir do próximo dia 30, que injetará, apenas na capital mineira, cerca de R$ 4 bilhões, segundo recente pesquisa divulgada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG).

Apesar da conjuntura econômica desfavorável, o vice-presidente da CDL-BH, Marco Antônio Gaspar, acredita que outros fatores contribuirão para um desempenho positivo do segmento para a data.

“O bom momento do mercado de trabalho atrelado ao aumento da renda dos trabalhadores sustentará as vendas do comércio”, afirmou, lembrando que os consumidores podem comprar presentes de menor valor, porém dificilmente deixarão de presentear.

Contratações

Para atender à clientela, a contratação de pessoal temporário deve crescer neste fim de ano, atingindo entre 9.356 e 9.406 novas vagas.

Pesquisa realizada pela CDL-BH com empresários da capital atestou que 71,83% dos entrevistados pretendem contratar entre um e cinco funcionários temporários para o período do natal. A estimativa é que as contratações cresçam entre 1% e 1,5% em relação a 2013.

Roupas pesam no orçamento de baixa renda

A inflação percebida pelas famílias de baixa renda subiu 0,46% em outubro, resultado idêntico ao observado em setembro, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1 (IPC-C1), divulgado nessa quarta-feira (12) pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O indicador é usado para mensurar o impacto da movimentação de preços entre famílias com renda mensal entre 1 e 2,5 salários mínimos. Com o resultado, o índice acumula altas de 4,97% no ano e de 6,24% em 12 meses.

As roupas pesaram mais no orçamento das famílias de baixa renda em outubro, assim como os itens de higiene e cuidado pessoal. Por outro lado, os alimentos, que comprometem quase um terço do rendimento mensal desses consumidores, deram uma trégua, assim como a tarifa de eletricidade residencial, que vem registrando aumentos consideráveis ao longo de 2014.

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