Expectativa dos bares em BH é de lucrar até 7% mais com o horário de verão

Fábio Corrêa
fcaraujo@hojeemdia.com.br
02/11/2017 às 20:13.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:31
 (Maurício Vieira/Hoje em Dia)

(Maurício Vieira/Hoje em Dia)

Sol, calor e dias mais longos. A combinação é um convite a mais à cerveja gelada para os moradores da capital dos bares. E também um alento a donos de estabelecimentos, que veem, com a entrada do horário de verão, a frequência da clientela crescer bastante.

Segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Minas Gerais (Abrasel-MG), com os relógios adiantados em uma hora, há uma expansão do faturamento dos bares e restaurantes da capital entre 5% e 7%.

“Nessa época, os bares investem mais para atrair o cliente para o happy hour, além de o horário de verão também ajudar a economizar energia por causa da claridade”, afirma o presidente da Abrasel-MG, Ricardo Rodrigues.

Nos estabelecimentos com mesas na calçada, a rentabilidade no verão pode chegar a crescer até 50%.

“O mineiro gosta de ficar ao livre, e bares que permitem isso acabam tendo um acréscimo em função desse gosto”, explica Ricardo Rodrigues.

Tamara Lacerda, sócia do Trip Food Comida Mochileira, comemora a chegada da estação. O bar fica na rua Alberto Cintra, no bairro União. “Quando começa o horário de Verão, há um aumento de cerca 20% no consumo de bebida alcoólica. Já quando chega dezembro, com muito calor e férias, esse aumento alcança a casa dos 50%”, conta. O período serve também para compensar meses como março e abril, com menor frequência de fregueses.

“O pessoal já começa a sair mais no meio da semana, não espera chegar sábado e domingo, e vai mais cedo para o bar. Muitos acabam ficando mais no boteco do que em outras estações do ano”, aponta Tamara, que diz que, no fim do ano, as férias de faculdades e o recebimento do 13º contribuem ainda para engordar o caixa.

Clima
Não é só o horário de verão que aquece o setor. Na Savassi, Região Centro-Sul, João Pimenta, proprietário do Bar do João, celebra quando as temperaturas ficam mais altas.

“O frio que fez este ano foi muito ruim para mim. No meu caso, que tenho bar na calçada, o verão aumenta o faturamento de 30% a 40%. Gosto muito dele por causa disso”, afirma. Ele diz que a melhora foi praticamente instantânea com a entrada do novo horário, em 15 de outubro.

Marcos Proença, o Patorroco, dono do estabelecimento homônimo no Prado, na região Centro-Sul, concorda com os colegas, mas com ressalvas. “No início, a cerveja no começo da tarde fica mais gostosa e sentimos um aumento de até 30% na frequência do happy hour. Depois, entra na rotina e dá uma arrefecida”, diz o proprietário, que, para ampliar a clientela, costuma fazer promoções.

 

Empresários apostam em promoções para atrair clientes

Aproveitando a sede dos adeptos de chope, vinhos e drinks no verão, alguns empresários do setor de bares e restaurantes também lançam mão de promoções para fidelizar ainda mais a clientela ou atrair novos frequentadores.

São doses duplas, porções de cortesia e vinhos clássicos por preços módicos – como no La Vinicola, no bairro de Lourdes, na região Centro-Sul. No estabelecimento, entre às 17h e 19h, de terça a quinta, as taças de vinho de uvas variadas, na maioria rótulos da Argentina e do Chile, têm um valor promocional para happy hour, de R$ 6.
“Para quem trabalha em torno do vinho, não há muita demanda nesse horário. As promoções no verão têm como foco mudar a ideia de que o vinho é apenas uma bebida noturna e de inverno”, diz o sócio Victor Barbieri, que juntou à promoção pratos especiais e drinks como o Aperol Spritz.

No Marina’s Bar e Restaurante, no Santa Efigênia, na região Leste, a tática é para aumentar ainda mais a rentabilidade do verão, que já gera aumento de ganhos de até 40% para o estabelecimento. “A melhor época que tem para trabalhar é agora, de outubro a fevereiro”, pontua a proprietária Marina Cândida. Entre segundas e quartas, nos happy hours, os clientes do bar que pedirem mais de cinco cervejas levam uma porção de brinde.

Também na Região Leste, no bairro Santa Tereza, nas terças-feiras é dia do proprietário do Kobes Bar, Gustavo Henrique Alves, oferecer rodada dupla de chope artesanal. Nas quintas, a rodada dupla é de caipirinha. “Isso é para incentivar o pessoal a sair direto do serviço para o bar”, ressalta Alves, que fatura entre 15% e 20% a mais com a estação.

Saindo do vermelho
Alves diz que o calor será uma ajuda para a recuperação no setor, que amarga retração há dois anos. “Estamos começando a sair do vermelho só agora”, afirma.
Ricardo Rodrigues, da Abrasel-MG, avalia que o setor tem se recuperado, apesar das dificuldades. “Tem havido uma melhora nos bares nos últimos quatro meses. A expectativa é que essa seja a luz no fim do túnel”, espera.

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