Expocachaça movimenta R$ 55 milhões a partir desta quinta-feira

Tatiana Moraes
05/06/2019 às 19:59.
Atualizado em 05/09/2021 às 18:59
 (CHAPATI/DIVULGAÇÃO)

(CHAPATI/DIVULGAÇÃO)

Cerca de 200 produtores de cachaça mineiros e de outros 20 estados levarão novidades e produtos tradicionais à 29ª edição da Expocachaça, que começa nesta quinta (6) e vai até domingo (9), no Expominas. Nos quatro dias de feira, considerada a maior do país no segmento, R$ 55 milhões devem ser movimentados em negócios. Pelo menos 60 mil visitantes são esperados no evento.

Desde 1998, quando foi criada, a Expocachaça já girou mais de R$ 400 milhões. Para o presidente e fundador da feira, José Lúcio Mendes, reunir a cadeia produtiva em um só lugar é importante para promover a interação do setor. “Além da cachaça, nós temos no evento toda a cadeia produtiva com equipamentos, insumos e serviços. A feira é o retrato do desenvolvimento do setor ao longo dos anos, de como o setor está se organizando”, afirma.

O diretor-executivo da Cachaça Seleta, Gilberto Luiz de Lima Soares, aposta na feira para conquistar mais clientes e aumentar as vendas da bebida, fabricada em Salinas, região Norte de Minas. De acordo com ele, a intenção agora é ampliar o share junto aos jovens. “O público da cachaça artesanal é mais diferenciado. E, além da bebida pura, as pessoas têm consumido muitos drinks diferentes que levam a bebida”, comenta. 

Os coquetéis, conforme o produtor, são uma forma de ampliar o consumo da cachaça, especialmente entre os mais novos. Como destaque, ele cita o blood mary com cachaça e o trovão azul, que leva suco de abacaxi e curaçau blue. “Vamos apresentar uma cachaça que criamos em parceria com o cantor Gustavo Lima durante a feira, também para nos aproximarmos desse público”, adianta.

Anualmente, a Seleta produz 2 milhões de litros, consagrando-se como uma das maiores cachaçarias do país. Para 2019, a previsão é a de que haja aumento de até 10% no faturamento. Um dos motivos da projeção positiva é a qualidade da safra atual, que começou em maio. 

“A cana está rendendo mais, com mais qualidade e boa aparência. Essa safra será bem melhor”, projeta. A colheita vai até outubro, quando começa o período chuvoso.

O produtor das marcas Decisão e Sabicana, Renato Barroso Mourão, também está confiante. A expectativa é a de que o faturamento da empresa aumente 8% em 2019, na comparação com o ano passado. “Estamos presentes em supermercados, hipermercados, restaurantes, atacadistas, entre outros”, diz Mourão.

Ele aproveita a feira para conquistar o consumidor final. Mas não descarta a possibilidade de fazer novos negócios. “Vários dos nossos clientes estarão na feira. E novos clientes certamente também estarão. É um setor que cresce cada vez mais”, garante.

Faturamento

Os números realmente chamam a atenção. O setor faturou mais de R$ 11 bilhões em 2018 e estima aumentar em 13,43% a receita em 2019. Em Minas Gerais, só de ICMS em 2018 o Estado arrecadou mais de R$ 31,8 milhões com a bebida.

“Houve uma intensificação das fiscalizações do Ministério da Agricultura no Estado e vários produtores clandestinos fecharam as portas, permitindo um crescimento maior de quem está legalizado”, afirma a superintendente do Sindicato das Indústrias de Cerveja e Bebidas em Geral do Estado de Minas (Sindbebidas-MG), Tatiana Santos. 

De acordo com ela, os comerciantes também têm recusado as cachaças clandestinas. “Eles sabem que terão o produto lacrado e recolhido. Também tem multa. Não querem correr o risco vendendo uma bebida que pode, além de tudo, fazer mal para o consumidor”, pondera.

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