Ferrari do imperador: Roma estreia como sucessora da GTC4 Lusso

Marcelo Jabulas
14/11/2019 às 18:18.
Atualizado em 05/09/2021 às 22:42
 (Ferrari)

(Ferrari)

Reza a lenda que Roma foi fundada por Rômulo e Remo, os gêmeos amamentados pela Lupa Capitolina. Roma se tornou a capital do Mundo Antigo e definiu a estrutura social que predomina no Ocidente. Mas a cidade jamais foi homenageada pela mais italiana das fabricantes de automóveis: a Ferrari. 

Tamanha indelicadeza foi finalmente corrigida. A marca acaba de revelar a Ferrari Roma, que chega para suceder a GTC4 Lusso, modelo da linhagem que adota motor dianteiro e quatro lugares. Na verdade é um 2+2, configuração clássica dos Gran Turismo, em que há dois pequenos bancos aptos a levar passageiros, mas sem nenhum compromisso com o conforto. 

Verdade seja dita, os GTs 2+2 são carros planejados para viagens longas, mas a dois. Eles têm um capô imenso para acomodar motores volumosos e transmissões. Assim, libera-se espaço para o porta-malas que, em geral, acomoda quantidade razoável de bagagem. E os “banquinhos”? Bom, eles são uma forma delicada de dizer que caronas não são bem-vindas. 

A máquina
Capô longo, traseira curta (como manda a cartilha dos Gran Turismo), a Roma tem desenho limpo, sem os excessos de vincos que dominaram o design das Ferraris atuais. Ela tem um toque retrô, claramente inspirada nos carros da década de 1960, em especial a 365 GTB/4 “Daytona”, devido ao desenho do conjunto ótico que remete às grandes luzes de direção que avançam até o pára-lamas. As lanternas duplas também são elementos que sinalizam para a Daytona, ainda mais atualmente, período em que a marca tem optado por conjuntos singulares. 

Por dentro, painel e console formam dois cockpits (nada romântico), em que o passageiros tem à frente uma tela que exibe funções multimídia e climatização. Já o motorista tem todas as funções no volante: partida, Manettino (seletor de tração), entretenimento e troca de marchas não exigem que as mãos larguem o volante.

Motor
A Roma é mais uma Ferrari que abre mão do motor V12 aspirado para receber um bloco V8 auxiliado por uma dupla de turbinas. A unidade 3.9 litros é a mesma que equipa os modelos Portofino e F8 Tributo. A transmissão adota sistema de dupla embreagem e oito marchas. Trata-se da mesma caixa que equipa a híbrida SF90 Stradale. 

A potência foi ajustada para 620 cv, que pode parecer modesta diante da F8, mas o torque 76 mkgf não faz dela um carro mais lento. Segundo a Ferrari, o bólido acelera de 0 a 100 km/h em 3,4 segundos e atinge máxima de 320 km/h. O pico de potência surge abaixo dos 6 mil rpm, enquanto toda a força está disponível entre 3.000 e 5.700 giros. Ou seja, a meio pedal ela entrega seu máximo, sem a necessidade de elevar o giro ao limite.

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