Filme de Wim Wenders é exibido em Berlim

Luiz Carlos Merten, enviado especial
13/02/2014 às 08:45.
Atualizado em 20/11/2021 às 15:59
 (AFP)

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É da natureza dos filmes em episódios serem irregulares, mas cada vez mais se realizam experimentos de 3D no formato. A Mostra exibiu no ano passado 3X3-D, com os episódios de Peter Greenaway, Jean-Luc Godard e Edgar Pêra. Berlim apresentou na terça-feira (11), em Berlinale Special, o mais surpreendente dos filmes da tendência. Se os edifícios pudessem falar, o que diriam?

Wim Wenders, que abre o filme, fez o episódio mais decepcionante, dando voz à Ópera de Berlim. Robert Redford e Margret Olin assinam os melhores: ele sobre o Salk Institute, um templo da ciência na Califórnia, e a cineasta norueguesa sobre a Ópera de Oslo. Também são bons os episódios do brasileiro Karim Aïnouz - na competição deste ano em Berlim com Praia do Futuro -, que enfoca o Centro Georges Pompidou, o Beaubourg, em Paris, e o do dinamarquês Michael Madesen - homônimo do ator -, que escolheu a Prisão Halden. Já o austríaco Michael Glawogger filmou o prédio da Biblioteca Nacional da Rússia, em São Petersburgo.

O filme chama-se Cathedrals of Culture, Catedrais de Cultura, e reflete sobre a cultura humana e a memória coletiva.

Realizou-se na terça-feira, 11, um encontro para debater o cinema argentino contemporâneo. Formas de financiamento, mas principalmente temas e a criatividade dos novos autores da Argentina. Pela amostra dos filmes aqui na Berlinale, quem deveria estar realizando esse encontro era o Brasil. Embora o País, em pouco mais de uma década, tenha ganho dois Ursos de Ouro - com Central do Brasil, de Walter Salles, e Tropa de Elite, de José Padilha -, nunca uma seleção brasileira foi tão boa. Quatro longas em diferentes seções - Praia do Futuro, de Karim Aïnouz; Hoje Eu Quero Voltar Sozinho, de Daniel Ribeiro; O Homem das Multidões, de Cao Hamburger e Marcelo Gomes; Castanha, de Davi Pretto, mais o episódio de Karim, porque, se a produção é internacional, o cineasta permanece brasileiro -, e todos bons.

Comparativamente, a Argentina está aqui com dois longas na competição e um, Historias de Miedo, de Benjamin Naishtat, é um clone muito piorado de O Som ao Redor - o filme de Kleber Mendonça Filho é outra coisa. O outro representante não chega a ser dez, mas La Tercera Orilla - cujo título internacional, The Third Side of the River, pode sugerir uma adaptação de Guimarães Rosa -, é um filme, não um arremedo, centrado em garoto cujo pai tem duas mulheres. Até a metade, é bom. Depois, começa a ficar esquisito, ao viajar na revolta do protagonista. Em vez de criatividade, o encontro deveria discutir a crise - o que se passa com o cinema argentino? As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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