Fim da censura à imprensa: grandes tragédias e um ar de liberdade

Adriano Souto - Do Hoje em Dia
21/02/2013 às 15:40.
Atualizado em 21/11/2021 às 01:13
 (Antonio Scorza)

(Antonio Scorza)

O Hoje em Dia começou a circular, para mudar a imprensa mineira, em um ano particularmente repleto de notícias: 1988. O país respirava democracia na Assembleia Nacional Constituinte, que em 3 de agosto aprovou o fim da censura e da tortura, além da liberdade de expressão intelectual e de imprensa no país, pelo placar de 313 a 5.

Já em 22 de dezembro, todos os jornais, brasileiros e estrangeiros, fizeram a cobertura do assassinato do seringueiro e ambientalista Francisco Alves Mendes Filho, o Chico Mendes, na porta de sua casa, em Xapuri, no Acre.

Para encerrar o ano, uma grande tragédia em 31 de dezembro: o Bateau Mouche, com 153 turistas a bordo, naufragou na Baía da Guanabara, deixando 55 pessoas mortas.

Em 22 de abril de 2000, o Hoje em Dia registrou os 500 anos do descobrimento do Brasil.

Nesses 25 anos, mostramos várias catástrofes aéreas. Em 1989, o voo Varig 254 caiu na floresta amazônica por falta de combustível, matando 13 pessoas. O comandante Garcez ouvia o jogo do Brasil x Chile e não percebeu o desvio da rota.

Já em 1996, um jato Fokker 100, do voo 402 da TAM cai sobre casas na zona sul de São Paulo, deixando 99 mortos. Em 2006, o voo 1907 da Gol cai no Mato Grosso após ser atingido no ar pela asa de um jato Legacy da Embraer, matando todos a bordo: 155 pessoas. Em 2007,o voo TAM 3054 sai da pista no aeroporto de Congonhas, matando 176 pessoas no maior acidente aéreo da história do país, entre eles seis mineiros.

No setor da saúde, destaque, em 1996, para a distribuição, universal e gratuita, do coquetel de medicamentos contra o HIV/AIDS no país e, em 1999, para a autorização da venda de medicamentos genéricos com patentes caducadas por laboratório, em embalagem padronizada com uma tarja amarela e um grande “G”.

Duas revoluções: em 17 de outubro de 1989, o presidente Sarney sanciona a lei do divórcio. Já em 1990, Collor sanciona o Estatuto da Criança e do Adolescente e o Código de Defesa ao Consumidor. Em janeiro de 2011, chuvas fortes na região serrana do Rio deixam mais de 900 mortos, no maior desastre natural da história brasileira.

Cinco massacres em São Paulo, Rio e no Pará

Nesses 25 anos do Hoje em Dia, vários massacres aconteceram no país. A começar pelo fatídico 2 de outubro de 1992, quando a tropa de choque da PM paulista, liderada pelo coronel Ubiratan Guimarães, invadiu a Casa de Detenção do Carandiru e matou 111 presos para controlar uma rebelião.

No ano seguinte, em 23 de julho de 1993, oito crianças e adolescentes foram mortos por policiais militares ao lado da igreja da Candelária, no centro do Rio.

Em 29 de agosto, outra chacina no Rio: 21 moradores da favela de Vigário Geral foram assassinados por policiais militares. Já em 17 de abril de 1996, 19 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra são mortos pela PM durante confronto no Pará, no chamado Massacre de Eldorado dos Carajás.

E em 7 de abril de 2011, um ex-aluno com dois revólveres mata 11 crianças e suicida-se na Escola Municipal Tasso da Silveira, no Rio de Janeiro, no chamado Massacre de Realengo.

O inferno da boate Kiss, que causou pelo menos 239 mortes

Na madrugada do dia 27 de janeiro de 2013, centenas de jovens participavam de uma festa na boate Kiss, na cidade gaúcha de Santa Maria, para arrecadar recursos para a formatura. O fogo começou durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira.

Por volta das 2h30, um dos músicos utilizou um sinalizador luminoso, cujas fagulhas atingiram a espuma de isolamento acústico da casa noturna, provocando o incêndio. Os estudantes buscaram rotas de fuga.

No entanto, segundo relato de sobreviventes, um grupo de seguranças bloqueou a única saída da boate para evitar que os clientes saíssem sem pagar. Sem conseguir deixar o recinto da boate, 234 pessoas morreram no local do incêndio. Mais de 140 foram internados, dos quais cinco não resistiram.

A maioria dos mortos foi vítima de intoxicação pela fumaça. Os bombeiros encontraram dezenas de corpos empilhados nos banheiros.

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