"Fogos indoor são comuns em Santa Maria", diz DJ que trabalhava na boate

Gabriela Lara
27/01/2013 às 21:21.
Atualizado em 21/11/2021 às 21:16
 (Deivid Dutra/A Razão/Agência Brasil)

(Deivid Dutra/A Razão/Agência Brasil)

O DJ Sandro Cidade, que trabalha há três anos na boate Kiss, em Santa Maria, e estava no local no momento do incêndio ocorrido na madrugada deste domingo, disse que os fogos de artifício indoor, próprios para ambientes fechados, são comuns em eventos da cidade gaúcha. "São usados em festas de 15 anos, em qualquer salão que você for em Santa Maria você vai encontrar", afirmou em entrevista à Agência Estado. As causas do incidente ainda não foram determinadas, mas relatos indicam que o incêndio começou durante a apresentação de pirotecnia realizada pela banda Gurizada Fandangueira, a segunda a subir ao palco na madrugada deste domingo.

O DJ, que além de tocar nos intervalos dos shows é responsável pela operação de som do estabelecimento, desconhece se foi feito algum teste com os fogos de artifício usados pelo grupo. "Não é culpa da banda, foi uma fatalidade, uma tragédia", defendeu.

Quando o incêndio começou, Sandro estava no camarim, conversando com os membros da primeira banda, Pimenta e seus Comparsas, que tinha terminado sua performance há pouco tempo. Ele conta que foi alertado por um segurança de que havia algo errado no palco. "Tentei correr para o palco, mas a fumaça já tinha se alastrado. Só deu tempo de sair", relatou. O DJ não teve ferimentos e já está em casa.

O gaiteiro da banda Gurizada Fandangueira, Danilo Brauner Jaques, faleceu. A primeira lista provisória com nomes de 141 mortos identificados foi divulgada no início da noite de hoje pela Secretaria de Segurança do Rio Grande do Sul.

Perguntado sobre os rumores de que funcionários da boate teriam impedido a saída dos clientes durante o incêndio, Sandro Cidade negou. "Não tem como um segurança atacar uma multidão de 200 pessoas querendo sair, e não tem como manter aquela porta de entrada fechada", disse. "Isso é especulação."

Segundo ele, o que dificultou a saída foi a confusão natural criada num ambiente de caos. "Tinha gente que estava lá dentro procurando amigos, sem saber se saía ou se ficava. Lá fora os bombeiros queriam entrar, e a Brigada Militar queria isolar a área. Também tinha gente que queria voltar para buscar alguém. Era muita gente circulando ao mesmo tempo", contou.

Outro fator crucial, segundo ele, foi a velocidade com que a fumaça se espalhou. "Nem tinha tanto fogo, era mais fumaça mesmo, e foi muito rápido."
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