Força-tarefa apreende armas de dois guardas civis suspeitos de chacina

Estadão Conteúdo
20/08/2015 às 18:30.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:26

A força-tarefa responsável por investigar a maior chacina da história de São Paulo apreendeu um revólver calibre 38 e quatro pistolas .380, pertencentes a dois guardas-civis de Barueri, na Grande São Paulo. O objetivo dos investigadores é descobrir se as armas foram usadas em algum dos ataques que terminaram com 18 mortos e seis feridos na cidade e em Osasco.

Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas casas dos dois guardas e também na sede da Guarda Civil Municipal (GCM) de Barueri, na quarta-feira, 19. Além das armas, os policiais recolheram munições, coletes e roupas, que também vão ser submetidos a perícias.

"A partir da apreensão estamos realizando exames de balísticas nessas armas", afirmou o secretário de Segurança Pública, Alexandre de Moraes, nesta quinta, 20, no Palácio dos Bandeirantes. Laudos periciais apontam que quatro calibres diferentes foram encontrados nos locais dos crimes e nos corpos das vítimas: 9 mm, .45, .380 e 38. Com a análise, a força-tarefa poderá apontar se alguns projéteis partiram das armas apreendidas.

Os dois guardas-civis, suspeitos de terem participado dos ataques em Barueri, foram ouvidos pelos investigadores, mas negaram participação nos crimes. Um dos GCMs investigados é canhoto, assim como um dos criminosos que aparece em filmagens de um bar onde houve ataque. Um dos guardas também mora perto desse estabelecimento.

De acordo com Moraes, ainda não foi pedido à Justiça nenhum mandado de prisão. "Não há nenhuma pessoa presa, nenhuma pessoa detida", disse o secretário, segundo o qual ainda faltam provas para comprovar a participação dos suspeitos na chacina. "Nós ainda não temos a identidade de pessoas que tenham efetivamente participado."

Os guardas-civis são os principais suspeitos de terem participado do assassinato de três pessoas em Barueri, enquanto policiais militares são investigados por 15 mortes em Osasco. A SSP também investiga se os dois grupos agiram em conjunto, embora afirme ainda ser preciso confirmar se há correlação entre os crimes nas duas cidades.

A principal linha de investigação é que os homicídios tenham acontecido em resposta aos latrocínios do cabo da Polícia Militar Avenilson Pereira de Oliveira, de 42 anos, em Osasco, e o guarda-civil Jefferson Rodrigues da Silva, de 40 anos, em Barueri.

Pré-chacina

Entre os dias 8 e 9, antes da chacina, outras seis pessoas foram executadas na cidade de Osasco em menos de 48 horas. Os crimes aconteceram logo após o assassinato do cabo da PM dentro de um posto de gasolina na cidade. As vítimas tinham entre 16 e 44 anos e a autoria dos crimes ainda é desconhecida.

Alegando coincidência entre esses ataques e as mortes na chacina, a Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo solicitou que as execuções fossem incluídas nas investigações da força-tarefa. A atual apuração é feita pela Polícia Civil da cidade. O secretário Alexandre de Moraes, no entanto, afirmou que, até o momento, não existe ligação entre os casos. "Não há nenhum indício que relacione mortes anteriores aos homicídios na quinta", afirmou.
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