Fraude pode mudar eleitos na Câmara de Belo Horizonte

Amália Goulart - Hoje em Dia
11/02/2014 às 08:31.
Atualizado em 20/11/2021 às 15:56
 (Flávio Tavares)

(Flávio Tavares)

O vice-presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, vereador Wellington Magalhães, foi indiciado pela Polícia Federal (PF) por suposta falsificação de ata da convenção do PTN – partido que preside – durante o processo eleitoral de 2012. A Polícia Federal encaminhou a denúncia à Justiça Eleitoral para que tome providências. O caso pode ter repercussão na bancada de três parlamentares eleitos pelo PTN.

No indiciamento, a que o Hoje em Dia teve acesso, a PF chegou à conclusão de que Magalhães não apresentou ao Tribunal Regional Eleitoral a mesma ata de convenção realizada no dia 10 de junho de 2012. O documento protocolado no TRE excluía nomes de candidatos que foram aprovados em convenção.

Para a PF, Magalhães comandou a convenção do PTN, realizada para a escolha dos nomes que disputariam os cargos de vereador e a política de alianças. Na ocasião, entre os nomes que integravam a chapa estavam os de Iara Suzana Martins e Leonardo Mogol. Eles foram aprovados como candidatos durante a reunião. A ata foi assinada por Magalhães. Porém, quando foi registrar o documento no TRE mineiro, tanto Mogol quanto Iara não figuravam no rol de candidatos.

A PF começou a investigar o caso após reportagem do Hoje em Dia sobre a possível fraude na ata do PTN.

Em depoimento, o vice-presidente da Câmara admitiu ter comandado a convenção e alegou não saber o motivo dos nomes de Iara e Leonardo Mogol não constarem da ata registrada na Justiça Eleitoral.

“Remetam-se os autos ao Juízo Eleitoral para o que entender de direito, ressaltando ainda que a falsidade da ata de convenção da escolha dos candidatos repercute não só na esfera criminal, mas também em todo o processo eleitoral em eleições proporcionais”, diz trecho do indiciamento. Caso a Justiça entenda pela fraude eleitoral, a eleição dos três vereadores do PTN (além de Magalhães, Edson Moreira e Bim da Ambulância) estaria comprometida.

Defesa

O vereador negou a falsificação. “Não tem nada disso”, afirmou.

O advogado dele, Júlio Firmino, informou que está marcada uma audiência na 29ª Vara Eleitoral ainda para este mês. Ele acredita que o juiz determinará a extinção do processo.

Júlio Firmino alega que “houve uma confusão em relação a alguns membros do PTN que fizeram a ata. Não foi ele que fez nem coordenou. Foram outros membros que também foram indiciados”, afirmou. A Justiça Eleitoral não se pronuncia antes da decisão. Magalhães já foi cassado, em 2008, por abuso de poder político e econômico. 

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