Governo de Minas admite que dificilmente fugirá do escalonamento para o mês de maio

Thiago Ricci - Hoje em Dia
01/02/2016 às 19:24.
Atualizado em 16/11/2021 às 01:15

O Governo de Minas Gerais divulgou na noite desta segunda-feira (1º) que a situação dramática relativa aos pagamentos dos servidores está longe de melhorar. O secretário de Estado da Casa Civil e de Relações Institucionais, Marco Antônio Rezende, praticamente definiu que os salários dos profissionais do Estado mineiro em maio, referentes a abril, também serão escalonados e ainda não descartou que o cenário piore mais.

"Vamos estender esse escalonamento (para abril). Não é uma certeza, seria prematuro. (Mas) Dificilmente a gente sai do escalonamento em abril. A crise não permite", afirmou o secretário logo após representar o Executivo na Reunião Solene de Plenário, evento para inaugurar os trabalhos na Assembleia Legislativa em 2016.

"Esperamos que o escalonamento seja o pior da crise, mas não posso garantir que não teremos outra situação. Vai depender de fatores, alguns da nossa governabilidade, outros nem tanto", disse Rezende, dando a entender que o Estado pode até mesmo deixar de pagar o servidor no mês subsequente ao trabalhado. "Não vamos especular", esquivou ao ser questionado sobre qual seria "outra situação" senão o escalonamento.

O secretário ainda sinalizou que dificilmente a situação melhorará no decorrer deste ano. "Vamos ter mais otimismo", se limitou quando foi perguntado se o escalonamento seria estendido até o fim do ano. "Estamos diante de uma fatalidade, ninguém está enganando ninguém. Hoje o governador Fernando Pimentel (PT) está em Brasília discutindo situação com os outros Estados até em situação mais dramática do que a de Minas. Existe uma postura da administração em estabelecer esse escalonamento dentro do mês, vamos perseguir essa condição. Essa é a prioridade".

Manifestações e reforma administrativa

O escalonamento do salário do funcionalismo público estadual tem gerado insatisfação. Já estão programadas para esta semana manifestações de servidores das áreas de educação e segurança. "O servidor cumpre o papel dele, vai reivindicar sim. O que o Estado pode responder é que está trabalhando com afinco para que a situação dure o menor tempo possível", afirmou o secretário da Casa Civil.

"Medo meu é que esse escalonamento venha trazer mais problema do que foi trazido até março. Pelo menos os que ganham menos vão ganhar em dia e isso a gente considera até de bom tamanho. Mas a preocupação é muito grande. Aquela conquista de receber no quinto dia útil perdemos", avalia o diretor do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público do Estado de Minas Gerais (Sindpúblicos-MG), Geraldo Henrique da Conceição.

Uma das formas de tentar evitar até mesmo o atraso de salários será a reforma administrativa, anunciada ainda no ano passado. A administração estadual evita dar detalhes sobre o reestruturação, mas garante que o projeto será enviado à Assembleia Legislativa até o fim deste mês.

"Estamos trabalhando em análise de planilhas, mas o objetivo não é a economia apenas. Objetivo é economia e eficiência. Eficiência vem antes da economia. Estado precisa melhorar a condição para o cidadão e reduzir seus custos, mas houve uma redução substancial de 2014 para agora. Isso continua sendo buscado e se buscará ainda com fusão de órgãos, mas, mais do que tudo, é a eficiência", afirmou, evitando dizer quanto o governo planeja economizar com as modificações.

Atualização às 20h10

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