A década de 1990 foi um período de ouro para o automobilismo e muito se deve à competição BPR Global GT Series, elaborada pelos franceses Patrick Peter e Stéphane Ratel, além do alemão Jürgen Barth. Basta reparar que as iniciais dos idealizadores batizam o nome da competição.
A modalidade nasceu após a FIA alterar o regulamento do Mundial de Turismo, com restrições de motores dentre outros requisitos para a temporada de 1992. Reza as más línguas que a medida era uma forma de tirar um pouco do foco das provas de Endurance que estariam ofuscando a Fórmula 1.
Daí o BPR era uma competição em que fabricantes, equipes e preparadoras podiam levar seus carros ao limite e teve sua primeira edição em 1994. O campeonato era uma verdadeira Babel de carros exóticos e anabolizados em que figuravam modelos como Ferrari F-40, 550 Maranello, Porsche 911 GT2, McLaren F1 e até mesmo unidades modificadas do raríssimo Jaguar XJ220.
Para a Porsche a ocasião era a oportunidade de apresentar um concorrente à altura do novíssimo e superlativo McLaren F1 e iniciou o desenvolvimento de um carro de corridas que aproveitava parte da carroceria do 911 (993) e a seção traseira do 962C (vencedor das 24 Horas de Le Mans de 1987). O motor era o conhecido boxer seis cilindros Porsche, mas com adoção de dois turbocompressores, intercooler e refrigeração a água, que lhe garantiam potência de 600 cv.
Coletores de ar no teto, como no F1, dividia o fluxo em três segmentos, um para ventilar o bloco e outros dois para alimentar o compressor do turbo.
O carro ficou pronto para a temporada de 1996, que também seria a última da BPR, no entanto, a estreia do GT1 foi nas 24 Horas de Le Mans daquele ano, já que o regulamento não enquadrava os trâmites do Mundial de Turismo. O time Porsche AG inscreveu dois carros que terminaram a prova nas segunda e terceira posições na colocação geral, deixando a frota de sete F1 GTR para trás.
O Porsche 911 GT1 foi inscrito em outras 143 corridas, vencendo 47 delas, inclusive as 24 Horas de Le Mans de 1998, com franceses Laurent Aiello, Stéphane Ortelli e o britânico Allan McNish. Durante sua breve vida e produção de apenas 20 unidades, o GT1 passou por duas atualizações de estilo.