O Fiat Uno, da atual geração, é um carrinho simpático e de design agradável (verdade que levou um tempo para nos acostumarmos com as linhas quadradas e arredondadas nas bordas). As duas reestilizações deram um pouco mais de garbo ao popular que subiu patente na gama da Fiat, deixando a base para o Mobi. No entanto, o que se destaca é o motor Firefly (três cilindros 1.0 6v de 77 cv), que é simplesmente um dos melhores motores já feitos pela marca de Betim.
Comparado ao antigo Fire Evo 1.0 de 75 cv, é gritante a melhora do comportamento do carrinho. Apesar do ganho de apenas 2 cv, o torque subiu 1 quilo (10,9 mkgf). Parece pouco, mas o segredo do novo motor está na oferta de força em baixas rotações, principalmente pelo aumento do curso dos pistões, a maior taxa de compressão e pela inusitada escolha de duas válvulas por cilindro ao invés de quatro, que, apesar de penalizar a potência, favorece o torque.
Pecador
Claro que o Uninho ainda peca em muitos pontos. A começar pelo isolamento acústico. Acima dos 80 km/h um assobio irritante do vento invade a cabine. Outro senão do carrinho italiano é o acabamento. Mesmo que o painel com desenho bonitinho (bem melhor do que o original de 2010) tenha textura no formato das três letras que dão nome ao carro, ainda assim são materiais muito simples e com excesso de rebarbas.
No entanto, para quem opta por um Fiat Uno, assim como qualquer outro popular da praça, o foco é suavizar no bolso. Nesse ponto o hatch cumpre o que promete, com média na cidade de 13,9 km/l, abastecido com álcool, e força para brigar com os concorrentes que se modernizaram há um bom tempo.
Raio-X Fiat Uno Attractive 1.0
O que é?
Hatch pequeno, quatro portas e cinco lugares.
Onde é feito?
Fabricado na unidade da FCA em Betim (MG).
Quanto custa?
R$ 42.680
R$ 47.130 (testado)
Com quem concorre?
O Fiat Uno Attractive 1.0 se posiciona no segundo degrau do segmento de hatches pequenos, acima dos populares de entrada. Ele concorre com o Chevrolet Onix LT (R$ 45.590); Hyundai HB20 Comfort 1.0 (R$ 42.500); e Renault Sandero Authentique 1.0 (R$ 42.400); Nissan March 1.0 (R$ 39.990) e Volkswagen Gol Trend 1.0 (R$ 38.590).
No dia a dia
O Uno é um carrinho citadino por definição. Com 3,82 metros de comprimento, ele é prático no caos urbano das grandes cidades. Assim como nas versões com motor 1.3, ele também conta com direção elétrica, com função City, que torna as manobras mais leves. Ele não conta com sensor de ré, mas o retrovisor elétrico (opcional) reclina para manobras, quando se engata a ré.
De fábrica, além da direção elétrica, ele conta com vidros dianteiros elétricos e ar-condicionado, mas pode ser equipado com rádio com USB e conexão Bluetooth, controle de estabilidade, terceiros encosto de cabeça e cinto de três pontas, retrovisores elétricos, porta-trecos, espelhinho interno, dentre outras quinquilharias.
Motor e transmissão
A unidade Firefly 1.0 de 77 cv e 10,9 mkfg de torque é a cereja do bolo do Uno. A oferta de torque em baixa rotação é um ponto em destaque, principalmente em cidades como Belo Horizonte, onde as ladeiras costumam ser impiedosas com carros em que o torque surge acima dos 2.000 rpm. E por ter sempre uma boa oferta de força, ele permite rodar com marchas mais longas, o que o torna bastante eficaz.
Como bebe?
Seu consumo com álcool é de 13,9 km/l no trajeto urbano.
Suspensão e freios
A suspensão do Uno utiliza conjunto independente (McPherson) na frente, e eixo rígido na traseira. Já os freios utilizam o trivial conjunto de discos na frente e tambor atrás, mas cumprem bem a função de frenagem, com o auxílio do ABS. Destaque para o assistente de partida em rampa Hill Holder, que dá tempo de arrancar na ladeira sem deixar o carro voltar. O recurso é opcional, assim como o controle de estabilidade (ESP).
Pontos positivos
Desempenho do motor
Consumo
Pontos negativos
Acabamento pobre
Isolamento acústico