Para o Google, comércio automotivo ainda não se atinou para o mundo digital

Marcelo Ramos
miramos@hojeemdia.com.br
04/06/2016 às 03:15.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:44

Há cerca de dois anos, em uma apresentação da Ford, um executivo de marketing explicava como o comportamento do consumidor mudou desde a explosão da internet. Segundo esse funcionário da montadora norte-americana o consumidor, antes de sair de casa para comprar um carro, faz uma pesquisa completa e chega na loja munido de informações sobre o produto que ele quer comprar. Mas o varejo ainda não percebeu isso. Pelo menos é o que o Google afirma.

A gigante da internet chamou concessionários e comerciantes do setor automotivo para expor um panorama do comportamento dos consumidores em seu serviço de buscas. 

Segundo o Google, o varejo automotivo ainda não se preparou para essa mudança, e ainda mantém sites defasados, confusos e que não são compatíveis com celulares e tablets, além de não se atinarem para o alcance da publicidade on-line, como aponta o gerente de Parcerias Estratégicas do Google, Felipe Ozorio.

“O comportamento de pesquisa dos consumidores mudou e está na palma das mãos, por meio dos smartphones. Só no setor automotivo, 56% das compras de carros começam na internet. O processo de compra mudou e o comércio precisa se adequar à essa realidade” explica o gerente, que aponta que o Brasil é o quarto país em volume de usuários ativos na internet e que 81% dos internautas iniciam uma pesquisa de compra na rede de computadores.

De acordo com Ozorio, os sites também devem oferecer canais para trocas de informações que auxiliarão na formação de bancos de dados que podem ser eficazes no processo de compra.

No entanto, o presidente da Search Optics para América Latina, empresa norte-americana especializada em marketing digital para o setor automotivo, Eduardo Cortez, aponta que o tempo médio entre a ideia de compra e efetivação do negócio leva cerca de 2,7 meses. “Se a internet passou a ser o principal canal de busca, as empresas devem criar vínculos, abrir um diálogo com os consumidores em seus sites”.

Ozorio recomenda que os lojistas desenvolvam sites que sejam amigáveis aos diferentes formatos de telas dos dispositivos móveis (responsivo), uma vez que cada vez mais as buscas são feitas em smartphones e tablets. Segundo o Google, cerca de 50 das pesquisas são feitas aparelhos portáteis. 

“As visitas às concessionárias estão caindo, pois o consumidor pesquisou previamente sobre o carro na internet e vai até a loja não mais para conhecer os modelos, mas para fechar o negócio do carro que ele escolheu”, observa o gerente que afirma que 19% dos consumidores entram na loja o modelo definido.

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