Renault Captur: para quem busca mais "Nutella" que no Duster "de raiz"

Marcelo Ramos
miramos@hojeemdia.com.br
17/02/2017 às 21:19.
Atualizado em 16/11/2021 às 00:35

SÃO PAULO (SP) – Memes são fenômenos oriundos das mídias sociais, surgiram como tendência de humor anônimo. E rapidamente eles viralizam na web, como os que resultaram no embate “Nutella x Raiz”. E por coincidência do destino, o Renault Captur estreia no auge da atual brincadeira digital e é impossível não relacionar o novo utilitário-esportivo (SUV) da marca francesa com o meme que pipoca no Facebook e adjacências. 

O Captur segue a linha de design do modelo lançado na Europa em 2013 e que será substituído no ano que vem. No entanto, ao contrário do jipinho francês, a versão nacional foi redimensionada. Ele ganhou 20 centímetros de comprimento e 4 centímetros de largura para caber na plataforma do Duster. Afinal, os dois têm o mesmo entre-eixos de 2,67 metros e comprimento de 4,32 metros. Trata-se do mesmo carro vendido na Rússia e que também será comercializado na Índia.

Ele também herdou do veterano os conjunto motores e conjunto de suspensão. O jipinho pode ser equipado com a remoçada unidade 1.6 16v, que teve sua potência elevada para 120 cv, além do não menos conhecido 2.0 16v de 148 cv, combinado com a antiga e ineficiente transmissão automática de quatro marchas, enquanto o bloco menor adota caixa manual de cinco marchas como nos irmãos Logan, Sandero, Duster e Oroch.

Por outro lado, a Renault anunciou junto com o lançamento do Captur, que num prazo máximo de três meses, o SUV receberá opção de transmissão do tipo CVT para o motor 1.6, como no primo japonês, Nissan Kicks.

Nutella x raiz
Apesar de soar pejorativo, o uso de boa parte da base do Duster não é um demérito para o Captur. Afinal, o pioneiro da marca é um carro reconhecido por sua robustez e espaço interno imbatível, que faz dele o queridinho das mineradoras, por suportar aplicações severas. Ou seja, o Captur, apesar de sua silhueta moderna, por baixo da casca é um carro mais que atestado. 

Por outro lado, também é necessário apontar que o modelo é rudimentar em motor, transmissão e suspensão. Durante a apresentação do modelo, a Bosch que fornece o módulo de controle de estabilidade (ESP) demonstrou a atuação dos sistemas no Captur, e ficou nítido que o bom comportamento do modelo só sai com o auxílio da eletrônica. Talvez, se ele oferecesse suspensão independente nas quatro rodas, seria mais estável.

Versões e preços
Com distribuição no Sudeste já na próxima semana, as vendas em todo país começam na primeira quinzena de março. O Captur será oferecido em duas versões Zen 1.6 (manual) a partir de R$ 78.900 e Intense 2.0 (automático) com preço inicial de R$ 88.490. Os únicos opcionais são o módulo multimídia MediaNav (R$ 2 mil) e pintura em duas tonalidades (R$ 1.400). No caso da versão topo, há ainda opção de revestimento em couro por mais R$ 1.500.

O Captur é um jipinho bem recheado de conteúdo: ar-condicionado digital, sensor de ré e câmera, chave do tipo cartão (herança da segunda geração do Megane), sensor de chuva, acendimento automático dos faróis, sistema Isofix para fixar cadeira infantil, dentre outros mimos.

Por dentro, o desenho do painel é moderno e infinitamente mais atraente e ergonômico que no Duster (que ainda sofre com o conceito paupérrimo da primeira geração do Logan). No entanto, os plásticos são duros, mas os bancos têm desenho moderno e são bastante confortáveis. A posição de dirigir é muito elevada, com uma arquitetura que remete aos monovolumes e pode ser um problema para quem é muito alto. 

No rápido contato ao volante (na versão topo de linha), o Captur se mostrou confortável e com bom nível de isolamento acústico, mas é inegável que seu conjunto motor defasado já não é mais referência em desempenho e eficiência.

  

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