Teste - Cruze Sport6 é impecável, mas peço chega a R$ 115 mil

Marcelo Ramos
miramos@hojeemdia.com.br
19/05/2017 às 19:07.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:38

A entrada do Cruze no mercado Brasileiro, em 2011, proporcionou à Chevrolet um grande salto qualitativo comparado ao seu antecessor, o Vectra. Com a chegada da segunda geração do sedã, no meio do ano passado, mais uma vez a marca da gravatinha conseguiu elevar o padrão do médio, que consegue brigar em pé de igualdade no segmento, o mesmo vale para o hatch Sport6. 

Testamos os dois volumes, que oferecem o mesmo conjunto mecânico e conteúdos disponíveis na versão LTZ. Com desenho agressivo, com direito a molduras nos para-choques traseiros, no mesmo molde da versão esportiva do sedã vendida nos Estados Unidos, o Sport6 é um carro que chama atenção pelo estilo.

As rodas aro 17 e o conjunto ótico afilado (com luzes diurnas em LED) remetem a esportividade, sem deixar o carro cafona. E por falar em esportividade, o hatch oferece comportamento exemplar, superior ao do antecessor. O motor turbo 1.4 de 153 cv tem apenas 9 cv mais que o antigo 1.8 aspirado. No entanto, oferece 24,5 mkgf de torque a partir dos 2.000 rpm, conta 18,9 mkfg do anterior.

Isso se traduz em menor exigência do motor nas arrancadas e manutenção de uma rotação baixa em velocidade de cruzeiro, uma vez que a caixa automática de seis marchas (a mesma do antecessor) oferece relação longa na última, permitindo um rodar suave e eficiente. 

Tanto que seu consumo combinado (rodoviário e urbano) foi de 10,9 km/l, abastecido com álcool. Para se ter uma ideia, em 2015 avaliamos o Cruze Sport6, de geração passada, e seu consumo, com gasolina foi, de 9,5 km/l.

Rivais
A chegada da nova geração ocorre num momento em que os demais modelos do segmento começaram a buscar eficiência e esportividade com uso do turbo. VW Golf, Peugeot 308 já contam com esse tipo de motorização. Este ano o Cruze assumiu a ponta do segmento, segundo a Fenabrave, que mensura os emplacamentos no país. Barato ele não é, principalmente na versão LTZ, que parte de R$ 104 mil.

Raio-x Chevrolet Cruze Sport6 LTZ 1.4

O que é?
Hatch médio, quatro portas e cinco lugares.

Onde é feito?
Fabricado na unidade da General Motors, em Rosário (Argentina).

Quanto custa?
Entrada - R$ 103.990 
Testado - R$ 115.490

Com quem concorre?
Os concorrentes do Cruze Sport6, na versão LTZ, são Ford Focus Titanium Plus 2.0 Aut. (R$ 110.900), Hyundai i30 1.8 Aut. (R$ 91.319), Peugeot 308 Griffe 1.6 THP Aut. (R$ 98.590) e Volkswagen Golf Highline 1.4 TSI Aut. (R$ 107.600).

No dia a dia
O Cruze Sport6 é um automóvel para quem busca espaço interno, mas não faz questão de um porta-malas (290 litros) destacado e nem o conservadorismo de um sedã. O hatch tem um pacote de conteúdo invejável, com direito a central multimídia com conexão para smartphone, navegador GPS, dentre outras firulas. Ele ainda conta com de assistente remoto OnStar, detector de faixa de rodagem ativo (que mantém a direção dentro da faixa) e alerta de colisão.

O acabamento também é um ponto positivo a ser destacado. A melhora em relação a geração anterior é nítida. Apliques em couro no painel valorizaram o Cruze e o deixaram mais sofisticado.

O senão fica por conta do ar-condicionado que não tem regulagem de temperatura em duas zonas. Mas não desabona o conjunto da obra.

Motor e transmissão
A inclusão do motor 1.4 turbo de 153 cv e 24,9 mkgf foi tão expressiva como ocorreu no Honda Civic. A unidade oferece força em qualquer regime e o setup da central eletrônica sempre busca a forma mais eficiente de condução, tanto que não há aquele maroto botão “S” para quem busca um comportamento mais agressivo.

Como bebe?
Abastecido com álcool, a unidade testada registrou média de 10,9 km/l no combinado entre trajeto urbano e rodoviário.

Suspensão e freios
Um dos poucos pecados do Cruze é a ausência de um conjunto de suspensão independente nas quatro rodas, o que o tornaria bem mais estável nas curvas. Mesmo assim o conjunto tem acerto voltado para o conforto e não para a performance, absorvendo bem as irregularidades do piso. Os freios contam com discos nas quatro rodas, assistente de partida em rampa “Hill Hold”, além do auxílio dos controles de tração e estabilidade (ESP).

Pontos positivos
- Consumo
- Desempenho
- Acabamento

Pontos negativos
- Preço
- Não há opção de ar-condicionado de duas zonas

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