Tutti Fratelli: Palio Fire, Uno, "Novo" Uno e Mobi, o que cada um tem para oferecer?

Marcelo Ramos
miramos@hojeemdia.com.br
13/05/2016 às 18:59.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:25
 (Fotos Fiat/Divulgação)

(Fotos Fiat/Divulgação)

O mercado brasileiro de automóveis tem peculiaridades muito distintas em relação aos demais mercados globais. Por aqui, dificilmente um carro sai de linha. Geralmente acontece por força da lei, por uma grande rejeição do mercado ou até mesmo pela demanda de algum item que torne o custo de produção impraticável. Marcas como Fiat, Volkswagen e Chevrolet são alguns exemplos de fabricantes que esticam a carreira de seus modelos, que passam a conviver com novos irmãos sem o menor ressentimento.

Dessa forma, escolhemos quatro fratelli da marca italiana que praticamente concorrem no mesmo segmento. Palio Fire, Uno, “Novo” Uno e o recém-apresentado Mobi.

Apesar de compartilharem inúmeros conteúdos, cada um tem um posicionamento de preço e público dentro da estratégia da marca italiana. Fora as diferenças estéticas que também ajudam a segmentar o tipo de consumidor para cada modelo. Confira o que cada um tem de positivo e negativo e escolha o que mais te interessa!

O leitor decide que quer comprar um compacto popular da Fiat. Se fosse há uns seis anos, o amigo teria duas opções: o Mille e o Palio. No entanto, a família cresceu. O Mille, com a chegada do Uno, do “Novo” Uno, Palio de carroceria antiga que se passou a se chamar de Palio Fire e mais recentemente o Mobi. 

Ambos orbitam a faixa de preços entre R$ 30 mil e R$ 40 mil. Da mesma forma que todos podem ser combinados com motor 1.0 de 75 cv, além de um pacote de conteúdo similar, com direção hidráulica, vidros elétricos, ar-condicionado, rádio com MP3 e Bluetooth, o que pode causar um grande nó na cabeça do consumidor que fica na dúvida de qual modelo levar para a garagem.

Essa babel de modelos e conteúdos tem uma função mercadológica. Com quatro modelos, a marca italiana amplia o leque de consumidores que ela pode atingir. Se tivesse apenas um modelo com suas diferentes combinações de conteúdos, dificilmente seu público seria bem mais restrito. E em dias de economia letárgica, o máximo de oferta sempre é um ponto a favor. 

Para se ter uma ideia, de janeiro a abril, o quarteto emplacou 37.178 unidades. Mas vale destacar que o Mobi só emplacou 1.156 carros, pois foi lançado há um mês. Mesmo assim, em 2013, no mesmo período, o Palio anotava 61.820 licenciamentos e a dupla Mille e Uno registrava 61.181 carros vendidos, conforme a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). 

No entanto, o caro leitor não tem com o que se preocupar com a estratégia de mercado dos fabricantes, mas deve ficar atento na escolha do seu automóvel, de forma que ela seja a mais adequada para as suas necessidades. Confira o que cada um tem para oferecer, os preços de entrada, preço máximo e principais conteúdos.

 Palio Fire (R$ 29.160 a R$ 40.544)
O modelo mais barato da marca italiana, também é um dos carros mais baratos do país ao lado do Chery QQ. Com a mesma carroceria e arquitetura interna há exatos 20 anos o Palio Fire é o sucessor do Mille. Espartano, o carrinho é a opção de quem precisa de um automóvel de baixo custo e não demanda de itens de comodidade e não faz questão de acabamento refinado. O modelo é oferecido apenas com motor 1.0 de 75 cv e conta com carrocerias de duas e quatro portas, além de contar com a opção “aventureira” Way, que tem adereços plásticos nos para-choques e para-lamas, além de altura livre do solo elevada em 15 mm e pneus de uso misto. 

O Palio Fire é um carro bruto, tal como foram Mille e Fusca. Não oferece refinamento. Pelo preço básico não oferece nada, e para equipá-lo com ar-condicionado, direção hidráulica, travas elétricas e vidros elétricos dianteiros, é necessário desembolsar mais R$ 5.519.
Conta a favor: Apesar de ser o mais espartano da turma é o único que conta com faróis de dupla parábola, com lâmpadas distintas para facho baixo e alto.
Pesa contra: Pesa contra o Palio Fire seu projeto ultrapassado com 20 anos de mercado. A qualidade do acabamento também é pobre, recheado de plásticos duros e rebarbas. 

 Uno Vivace (R$ 30.010 a R$ 40.892)
Em 2014 a Fiat aplicou a primeira atualização de estilo no Uno, mas manteve em linha a versão simplificada Vivace para se posicional no degrau de preço mais baixo (basta comparar o preço do Vivace com o “Novo” Uno abaixo). Assim como o Palio Fire, ele entra no time das opções pé de boi, com foco em aplicação comercial, em que não há exigência de itens de comodidade. O Vivace é a única versão do Uno com opção carroceria duas portas, o que permite seu preço inicial em R$ 30 mil, mas também só pode ser equipado com motor 1.0 de 75 cv e 9,9 mkgf de torque, mas da linha Fire EVO, com faixa de torque mais baixa que o veterano motor do Palio Fire, que precisa esticar mais.

O Uno Vivace é uma opção para uso profissional, mas com preço inicial à versão Furgão (R$ 38.50), preparada para o transporte de carga. Como o Palio Fire carece de conteúdos no preço inicial e para receber ar-condicionado, direção hidráulica, travas elétricas e vidros elétricos dianteiros, limpador e desembaçador traseiro são cobrados R$ 6.131 e não vem com rádio instalado.
Conta a favor: A sua principal vantagem sobre o Palio é o design mais moderno e melhor arquitetura interna.
Pesa contra: Depõe contra o Vivace o fato de ser a versão mais defasada do Uno, o que pode ser um argumento de depreciação na hora da revenda.

  

Mobi (R$ 31.900 a R$ 43.550)
Lançado há poucas semanas, o Mobi é a resposta da Fiat para o Volkswagen Up!. Apesar de a marca ser veemente em afirmar que a grande maioria dos componentes do Mobi não são oriundos do Uno, é impossível não enxergar o irmão mais velho em suas linhas. Seu design é controverso e com modernidades como abertura do porta-malas totalmente em vidro. O Mobi é um citadino nato, com 3,56 metros de comprimento e 2,30 metros de entre-eixos é quase 30 cm menor que o Uno. Ou seja, um carro para quem precisa se espremer em vagas apertadas, encontrar brechas nos engarrafamentos e não se importa com bagagem. Seu motor é o mesmo 1.0 de 75 cv, mas terá opção de unidade três cilindros. 

O Mobi a nova menina dos olhos da fabricante de Betim. Moderinho o carrinho tem foco no público jovem. Destaque para o módulo para acoplamento de smartphone, em que o telefone faz as vezes de uma central multimídia, mas com comandos no volante.
Conta a favor: Seu porte extremamente compacto é um indicativo de quem precisa de automóvel leve e pequeno para uso na cidade.
Pesa contra: Sua principal vantagem também pode ser uma dor de cabeça. Seu porta-malas é o menor da categoria com apenas 235 litros e quem viaja no banco de trás tem pouco espaço.

  

“Novo” Uno (R$ 38.990 a R$ 52.550)
A diferença do “Novo” Uno para o “Velho” Uno é sua gama de versões, motorizações e conteúdos. Quinto hatch na cadeia hierárquica da Fiat, atrás de Bravo, 500, Punto e Palio, a repaginada de 2014 trouxe novos faróis, para-choques, lanternas e painel, que rejuvenesceram o carrinho e conferiu mais sofisticação ao compacto. Entre o quarteto de populares é o que permite mais combinações, tanto em versões, assim como equipamentos e até mesmo conjunto mecânico. O “Novo” Uno é um único dos quatro irmãos que pode receber motor 1.4 de 88 cv e opção de caixa automatizada Dualogic Plus. Diante da fartura de itens, não é de se espantar que ele seja o mais caro da turma.

Indicado para quem busca um compacto com uma oferta mais ampla de equipamentos. A plástica de 2014 deixou o carrinho mais simpático e moderninho, com o emprego de itens como sensor de ré com mostrador no painel.
Conta a favor: É o único que oferece de série itens como ar-condicionado, direção hidráulica, travas elétricas e vidros elétricos dianteiros. Além disso, ele pode ser equipado com motor mais potente e caixa automatizada, além da versão esportiva Sporting.
Pesa contra: Joga contra o modelo o fato de ser o mais caro do quarteto. Completíssimo, seu preço supera a versão de entrada do Punto, dois degraus acima.

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